Turismo e saúde: por que você ainda não vende o bem-estar?
Abertura da ILTM Cannes 2018 mostra que uma a cada quatro pessoas no mundo viaja em busca de uma jornada interior
CANNES (FRANÇA) - Abertura de uma das mais importantes feiras globais de Turismo, uma máquina de criar tendências, e não se ouviu falar sobre tecnologia. Em pleno 2018. O fórum que marca o início da ILTM Cannes deste ano quebrou os padrões. A elite do luxo mundial deixou o Palácio de Festivais intrigada, mas não sobre como os aplicativos, inteligência artificial e dispositivos eletrônicos impactam - e continuarão impactando - suas carreiras.
O tema é O Ano da Saúde e do Bem Estar e, em vez do software da moda, se debateu qualidade de vida, longevidade, postura, alimentação, respiração e negócios. É a realidade humana em detrimento da realidade virtual.
O fórum mexeu na ferida de muitos profissionais de uma classe cujos alertas irritantes dos smartphones, as obrigações e uma rotina agitada há muito já extrapolaram os limites básicos do bem-estar.
TRANSFORMANDO EM NEGÓCIOS
Foi como unir o útil ao agradável (ou ao saudável). Os palestrantes mostraram ao trade internacional como inserir o bem-estar em seu âmbito pessoal, mas também como transformar o tema em negócio. A indústria do bem-estar movimenta US$ 4,2 trilhões ao ano, dos quais US$ 639 bilhões são representados apenas pelo Turismo. Os dados são da fundadora do Global Wellness Summit, ligado à rede Six Senses, Anna Bjurstam."O Turismo de bem-estar cresce duas vezes mais rápido do que a média do Turismo em geral em gastos, com crescimento anual na casa dos 14%", aponta a especialista. "Cerca de 25% dos turistas viajam em busca de conforto, saúde e bem-estar", completa, para uma plateia de mais de duas mil pessoas.
"A indústria da hospitalidade tem muito a aproveitar disso. É hora de dar um passo em direção ao futuro, em que marcas hoteleiras não apenas oferecem uma pausa nas pressões da vida moderna, mas designam experiências em que a jornada do cliente é uma jornada em seu interior, e em que as marcas de viagens preveem doenças, melhoram a saúde e aumentem a qualidade de vida", continua a diretora de Portfólio da ILTM, Alison Gilmore.
"Em dois ou três anos atrás estaríamos nos referindo ao tema como um tratamento no spa ou uma aula de yoga em um hotel, mas hoje a questão é muito maior do que a beleza e a saúde física, é sobre vigor mental. Nenhuma outra indústria é mais capaz de entregar esse bem-estar buscado pelo consumidor. Os chineses e os norte-americanos, mercados líderes em emissão de turistas no mundo, são também os mais ávidos em busca do bem-estar, em dormir bem, em se sentir em harmonia com a natureza. Enquanto isso, os maiores influenciadores a uma aventura saudável, além dos amigos, familiares e parceiros, são os consultores de viagens. Vejam quantas oportunidades..."
NÃO PRECISA SER DE LUXO
Com um montante significativo e uma tendência de crescimento enorme, o Turismo de bem-estar é pessoal. Uma das conclusões do fórum da ILTM Cannes 2018 é que cada cliente, passageiro e/ou hóspede, encontra a positividade no estado de espírito à sua maneira. O conselho que fica é a descoberta deste consumidor. O bem-estar de um não é o mesmo do outro, e é fundamental descobrir o que busca a pessoa do outro lado do balcão. Verdadeiros agentes de viagens e operadores são aqueles que vendem após compreender a preferência do seu cliente, seja no alto padrão ou não.Além de Alison Gilmore e Anna Bjurstam, palestraram o osteopata e fundador do Ecologie du Corps, Julien Paccaud, e o explorador, escritor premiado e fundador da Blue Zones, Dan Buettner. Descontraidamente, eles pegaram em algumas feridas de empresários que, por conta de uma vida agitada, colocam a saúde em segundo plano.
A ILTM Cannes se estende até a próxima quinta-feira, e a PANROTAS fará a cobertura completa do principal evento de Turismo de luxo do ano, que em 2018 conta com 1,8 mil expositores de 109 países para 1,8 mil compradores.
O Portal PANROTAS é media partner da ILTM Cannes, e viaja com proteção Intermac.