Operadoras preveem queda de 50% nas vendas de dezembro e janeiro
Levantamento da Braztoa mapeia as vendas de novembro e a previsão para os próximos meses
Em seu último levantamento divulgado, a Braztoa prevê que em dezembro e janeiro suas operadoras associadas não atingirão mais de 50% na comparação com o mesmo período dos anos anteriores.
Em novembro, 86% das operadoras associadas à entidade realizaram vendas, ligeira queda ao índice de outubro, que foi de 92%. É a primeira vez, desde abril, que houve decréscimo no volume de operadoras que comercializaram produtos. No quarto mês do ano, o índice foi de 46%. Estes dados fazem parte do nono levantamento mensal da Braztoa. Segundo a associação, 90% das vendas de lazer comercializadas no País saem de suas afiliadas.
Na análise da entidade, os números do setor de Turismo se moldam como um retrato fiel do cenário da evolução da pandemia, mas dependem de outros fatores importantes para a sua consolidação, como o árduo trabalho das empresas e entidades em busca de conscientização coletiva e alternativas que garantam sua sobrevivência e sustentabilidade em meio à crise.
VOLUME DE VENDAS
No entanto, quando o assunto é volume de vendas, o número de empresas cujo faturamento ainda é 90% menor do que em 2019 caiu para 24% em novembro. No mês anterior este índice ficou em 35%.
NÍVEL PRÉ-PANDEMIA
Na comparação com novembro de 2019, 26% das operadoras já faturam algo entre 50% e 100%. E 38% das empresas Braztoa somaram entre 11% e 50% em vendas neste mês de novembro na comparação com novembro do ano passado.
ANTECEDÊNCIA DE COMPRA
Pelo terceiro mês consecutivo, a tendência de aquisição de viagens com maior antecedência permanece, fato que reforça que o consumidor tem canalizado seu desejo de viajar no planejamento desse momento, tudo feito com calma e com a esperança de que acontecimentos importantes, como a aprovação de uma vacina e a abertura de fronteiras, tornem o ambiente mais seguro.
Os embarques para o primeiro semestre de 2021 lideraram as vendas das operadoras Braztoa em novembro (apontado por 73% das empresas), já as viagens que acontecerão no segundo semestre de 2021 fizeram parte das vendas de 36% das associadas.
No entanto, muita gente também comprou em curtíssimo prazo. Novembro registrou um considerável volume de comercialização de viagens que acontecerão ainda em dezembro de 2020 (61%) e, também, pelas vendas de última hora, cujas viagens aconteceram no próprio período do levantamento (indicado por 45% das empresas).
De acordo com a análise da Braztoa, estes índices podem ter motivação no aumento da confiança nos protocolos adotados pelos empreendimentos, destinos e profissionais do setor. Mas paralelamente, há um esforço de todo o setor na sensibilização do cidadão quanto a sua própria responsabilidade na adoção de medidas como: uso constante da máscara, do álcool em gel e da manutenção do distanciamento. Com medidas simples, é possível desfrutar de cada momento da viagem, com muito mais segurança.
DESTINOS
Mais uma vez, a região Nordeste se destacou, fazendo parte das vendas da maior parte das operadoras. A região Sul aparece em segundo lugar, seguida do Sudeste. As regiões Norte e Centro-Oeste figuram em quarto e quinto lugares, respectivamente. Entre os destinos nacionais mais comercializados em novembro, destacam-se Bahia, Pernambuco, Ceará, Serras Gaúchas – com destaque para Gramado, além de São Paulo e Rio de Janeiro.
No internacional, o México, com destaque para Cancun, e República Dominicana, asseguraram a preferência pela região do Caribe. Na América do Sul, o Chile lidera, seguido pela Argentina. Já no continente Asiático, Maldivas e Dubai se destacam e ganham espaço frente a destinos mais tradicionais. Estados Unidos e Portugal também aparecem no ranking.
CONTRATAÇÕES
Apenas 20% das operadoras Braztoa sinalizaram a pretensão de contratar nos próximos dois meses. Já 55% das empresas pretendem utilizar ferramentas e medidas governamentais que possibilitem redução de jornada e salários, com o intuito de manter sua equipe.
“O Turismo é um setor sensível aos acontecimentos e à evolução da pandemia. Em 2020, aprendemos que dependemos uns dos outros. Se, por um lado, o setor de Turismo criou e instaurou uma série de protocolos de saúde e segurança para as viagens, por outro, precisamos da adesão irrestrita por parte dos viajantes. Nós precisamos estar mais juntos e conectados do que nunca para vencer essa batalha contra o Covid-19, que ainda não acabou. Enfrentamos esta crise sem precedentes com muita união, trabalho, criatividade e coalizões que nasceram nos últimos meses e esperamos que se tornem ainda mais fortes e eficientes na luta por importantes pleitos do setor, que ainda não foram superados, como a questão do Imposto de Renda sobre Remessas ao Exterior, entre tantos outros”, disse Roberto Haro Nedelciu, presidente da Braztoa.