Falco explica compra na Argentina e projeto de aquisições da CVC
O presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco, em entrevista exclusiva ao Portal PANROTAS, explicou que o projeto de internacionalização da CVC não tem fronteiras, que os dois grupos (com três empresas e várias marcas) comprados na Argentina seguem a mesma estraté
O presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco, em entrevista exclusiva ao Portal PANROTAS, explicou que o projeto de internacionalização da CVC não tem fronteiras, que os dois grupos (com três empresas e várias marcas) comprados na Argentina seguem a mesma estratégia de aquisições do Brasil e que a intenção é comprar 100% das empresas no futuro. Um CFO será contratado para padronizar a visão e iniciar as sinergias entre as empresas compradas, que, segundo ele, não competem, e formam agora o terceiro maior grupo de Turismo da Argentina, atrás da Despegar.com e da Almundo, sendo que “muito perto desta última”.
Falco revelou também que no caso da Biblos houve o pagamento das dívidas da companhia, e ambas as empresas começam a nova fase sem quaisquer dívidas e prontas para as sinergias.
A CVC S.A.U., subsidiária da CVC na Argentina, assinou ontem, dia 4, a compra da Biblos e Avantrip (do mesmo grupo) e Ola Turismo. Por 60% das três, a empresa brasileira desembolsou US$ 19,4 milhões (cerca de R$ 80 milhões).
Confira abaixo a entrevista com Luiz Eduardo Falco.
PORTAL PANROTAS — Por que começar a internacionalização pela Argentina?
LUIZ EDUARDO FALCO — A Argentina é o óbvio para nós. Os clientes das empresas compradas vão muito para o Brasil, o Caribe e Orlando, e a única diferença é que vão mais para a Espanha que para Portugal. Ou seja, há uma coincidência muito grande no fluxo de turistas onde já temos acordos, negociações e estrutura. Isso facilita a elaboração de produtos. Obviamente a Argentina vive um momento complexo, agravado nos últimos dias, mas isso também pode ser bom a curto prazo. É como no Brasil. Quando o real desvaloriza os investimentos de fora aparecem. Acreditamos que a queda no fluxo de viagens de argentinos será menos que a desvalorização do peso, então é um momento bom para investir, temos uns custos bem interessantes em pesos, e as empresas estão prontas, com equipes excelentes, que serão mantidas.
PP — A compra de 60% segue o modelo das outras aquisições no Brasil? A intenção é comprar 100%?
FALCO — Sim. É como fizemos com a Rextur Advance. Queremos segurar os talentos, fazer uma transição adequada, e que os dois lados ganhem dinheiro com os 40% restantes.
PP — Não há coincidência de mercados entre as empresas compradas?
FALCO — Não. Elas se complementam. Uma (Biblos/Grupo Bibam) é como se fosse a Submarino Viagens com a Livelo e a Agaxtur, por exemplo. E o outro grupo (Ola Turismo) é uma CVC e uma Rextur Advance. Ou seja, produtos que se complementam. É nossa estratégia de omnichannel, a mesma do Brasil, que vamos replicar em nossa expansão internacional. Os varejistas não ficaram burros. A internet trouxe uma visão adicional ao negócio. Não podemos desprezar a inteligência digital, mas também não podemos substituir a flexibilidade de produtos, a criatividade do varejo. O pêndulo está voltando a ficar no meio entre o off-line e o on-line. Admito que demoramos a entrar no on-line, mas agora crescemos o dobro da concorrência e com margens incomparáveis.
PP — Quem vai cuidar dessas sinergias entre a Biblos e a Ola Transatlantica?
FALCO – Vamos contratar um CFO, que pode ser argentino, e que vai padronizar a visão e cuidar das sinergias. No mercado, continuam os diretores e as equipes locais, que são excelentes.
PP — A CVC falou com outras empresas na Argentina?
FALCO — Posso dizer que nosso funil é bem grande.
PP — E o próximo passo?
FALCO — Para mim é a aposentadoria, em dezembro. Essa foi minha 49ª aquisição na carreira, vou parar. Não vai dar tempo para a 50ª. Mas o projeto da CVC não tem fronteiras. Onde tiver mercado, equipe, marcas, oportunidades, estaremos. Seja na América Latina ou fora dela. Sempre com esse modelo que implantamos no Brasil, com vários canais, e aquisições parecidas. Nosso modelo é muito bom, sei que sou suspeito, mas é muito bom.
PP — Qual a importância da Argentina para a CVC?
FALCO — Já foi o primeiro destino dos nossos clientes brasileiros, mas perdeu o posto para Orlando e hoje briga com o Chile, que está em terceiro lugar. Essa aquisição vai favorecer a vinda de argentinos para o Brasil e outros destinos no mundo, e também reforçar nossa ligação com a Argentina.
AS EMPRESAS COMPRADAS
Segundo a CVC Corp, Biblos e a Avantrip fazem parte do Grupo Bibam, que foi fundado em 1979 e está entre os maiores e-commerces em volume de transações na Argentina. Conta com mais de 400 colaboradores e atua no setor on-line por meio de plataformas que oferecem produtos e serviços de viagem, além de programa de benefícios e fidelidade (Avantrip.com, Alliances, Avantrip Pymes e Quieroviajes). No setor off-line atua por meio de agências de viagens (Biblos e FCM Travel Solution) focadas no mercado de luxo, corporativo e eventos, com reservas anuais confirmadas de aproximadamente US$ 200 milhões em 2017.
Já a Ola Transatlántica Turismo tem mais de 40 anos de atuação e conta com mais de 320 colaboradores. A Ola Transatlántica Turismo tem três marcas: a Ola Mayorista de Turismo, Quinceãneras e Transatlántica Viajes y Turismo, com reservas anuais confirmadas em 2017 de US$ 285 milhões. A Ola Transatlántica Turismo está baseada em Rosario e oferece produtos e serviços para todo o território argentino por meio de agências de viagens multimarcas.
A CVC começa na Argentina com quase US$ 500 milhões em vendas anuais.
Falco revelou também que no caso da Biblos houve o pagamento das dívidas da companhia, e ambas as empresas começam a nova fase sem quaisquer dívidas e prontas para as sinergias.
A CVC S.A.U., subsidiária da CVC na Argentina, assinou ontem, dia 4, a compra da Biblos e Avantrip (do mesmo grupo) e Ola Turismo. Por 60% das três, a empresa brasileira desembolsou US$ 19,4 milhões (cerca de R$ 80 milhões).
Confira abaixo a entrevista com Luiz Eduardo Falco.
PORTAL PANROTAS — Por que começar a internacionalização pela Argentina?
LUIZ EDUARDO FALCO — A Argentina é o óbvio para nós. Os clientes das empresas compradas vão muito para o Brasil, o Caribe e Orlando, e a única diferença é que vão mais para a Espanha que para Portugal. Ou seja, há uma coincidência muito grande no fluxo de turistas onde já temos acordos, negociações e estrutura. Isso facilita a elaboração de produtos. Obviamente a Argentina vive um momento complexo, agravado nos últimos dias, mas isso também pode ser bom a curto prazo. É como no Brasil. Quando o real desvaloriza os investimentos de fora aparecem. Acreditamos que a queda no fluxo de viagens de argentinos será menos que a desvalorização do peso, então é um momento bom para investir, temos uns custos bem interessantes em pesos, e as empresas estão prontas, com equipes excelentes, que serão mantidas.
PP — A compra de 60% segue o modelo das outras aquisições no Brasil? A intenção é comprar 100%?
FALCO — Sim. É como fizemos com a Rextur Advance. Queremos segurar os talentos, fazer uma transição adequada, e que os dois lados ganhem dinheiro com os 40% restantes.
PP — Não há coincidência de mercados entre as empresas compradas?
FALCO — Não. Elas se complementam. Uma (Biblos/Grupo Bibam) é como se fosse a Submarino Viagens com a Livelo e a Agaxtur, por exemplo. E o outro grupo (Ola Turismo) é uma CVC e uma Rextur Advance. Ou seja, produtos que se complementam. É nossa estratégia de omnichannel, a mesma do Brasil, que vamos replicar em nossa expansão internacional. Os varejistas não ficaram burros. A internet trouxe uma visão adicional ao negócio. Não podemos desprezar a inteligência digital, mas também não podemos substituir a flexibilidade de produtos, a criatividade do varejo. O pêndulo está voltando a ficar no meio entre o off-line e o on-line. Admito que demoramos a entrar no on-line, mas agora crescemos o dobro da concorrência e com margens incomparáveis.
PP — Quem vai cuidar dessas sinergias entre a Biblos e a Ola Transatlantica?
FALCO – Vamos contratar um CFO, que pode ser argentino, e que vai padronizar a visão e cuidar das sinergias. No mercado, continuam os diretores e as equipes locais, que são excelentes.
PP — A CVC falou com outras empresas na Argentina?
FALCO — Posso dizer que nosso funil é bem grande.
PP — E o próximo passo?
FALCO — Para mim é a aposentadoria, em dezembro. Essa foi minha 49ª aquisição na carreira, vou parar. Não vai dar tempo para a 50ª. Mas o projeto da CVC não tem fronteiras. Onde tiver mercado, equipe, marcas, oportunidades, estaremos. Seja na América Latina ou fora dela. Sempre com esse modelo que implantamos no Brasil, com vários canais, e aquisições parecidas. Nosso modelo é muito bom, sei que sou suspeito, mas é muito bom.
PP — Qual a importância da Argentina para a CVC?
FALCO — Já foi o primeiro destino dos nossos clientes brasileiros, mas perdeu o posto para Orlando e hoje briga com o Chile, que está em terceiro lugar. Essa aquisição vai favorecer a vinda de argentinos para o Brasil e outros destinos no mundo, e também reforçar nossa ligação com a Argentina.
AS EMPRESAS COMPRADAS
Segundo a CVC Corp, Biblos e a Avantrip fazem parte do Grupo Bibam, que foi fundado em 1979 e está entre os maiores e-commerces em volume de transações na Argentina. Conta com mais de 400 colaboradores e atua no setor on-line por meio de plataformas que oferecem produtos e serviços de viagem, além de programa de benefícios e fidelidade (Avantrip.com, Alliances, Avantrip Pymes e Quieroviajes). No setor off-line atua por meio de agências de viagens (Biblos e FCM Travel Solution) focadas no mercado de luxo, corporativo e eventos, com reservas anuais confirmadas de aproximadamente US$ 200 milhões em 2017.
Já a Ola Transatlántica Turismo tem mais de 40 anos de atuação e conta com mais de 320 colaboradores. A Ola Transatlántica Turismo tem três marcas: a Ola Mayorista de Turismo, Quinceãneras e Transatlántica Viajes y Turismo, com reservas anuais confirmadas em 2017 de US$ 285 milhões. A Ola Transatlántica Turismo está baseada em Rosario e oferece produtos e serviços para todo o território argentino por meio de agências de viagens multimarcas.
A CVC começa na Argentina com quase US$ 500 milhões em vendas anuais.