Brasil já tem 2 mil km de trilhas de longo curso sinalizadas
O painel sobre Turismo de aventura abordou a importância das trilhas de longo percurso (a partir de 100 km) para a geração de emprego e preservação do destino.
Durante o primeiro dia do Seminário de Turismo Isto é Mato Grosso do Sul, foi realizado o painel “Turismo de aventura para o MS, uma nova experiência”, no qual foi explanada a importância das trilhas de longo percurso (a partir de 100 quilômetros) para a geração de emprego e preservação do destino. Estiveram presentes o coordenador de sinalização da Associação Trilha Transmantiqueira (ATT), Luiz Aragão; o Major Niedson de Carvalho Mendonça e o produtor cultural Carlos Porto.
O mercado global de Turismo de aventura representa atualmente R$ 683 bilhões em negócios, segundo dados do Travel Leaders Group e da Adventure Travel Trade Association (ATTA). “Esse segmento tem uma importância muito grande para o Turismo não só por atrair turistas, mas por contribuir para a economia regional e nacional”, afirma Porto.
A geração de emprego e renda está associada aos recursos gastos em restaurantes, lojas de equipamentos, locais de hospedagem, combustível e ingressos para áreas protegidas. Nos Estados Unidos, por exemplo, o setor de atividades outdoor representou mais de US$ 400 bilhões, o que equivale a 2,2% do PIB norte-americano. O Brasil, no entanto, ocupa o 106º lugar em priorização do Turismo.
REDE NACIONAL DE TRILHAS DE LONGO CURSO E CONECTIVIDADE
Composta por trilhas que ligam diferentes biomas de Norte a Sul do País, a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade foi idealizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com os ministérios do Meio Ambiente e do Turismo, com o intuito de promover estruturação e visibilidade à oferta turística de aventura no Brasil. “Antes existiam apenas 300 quilômetros de trilhas de longo curso no País. Com a criação da rede, são mais de dois mil quilômetros de trilha sinalizada em todo o território brasileiro”, afirma Aragão.
A rede prevê cinco grandes corredores no País: corredor litorâneo, trilha velho chico (da nascente do Rio São Francisco no Parque Nacional da Serra da Canastra à sua foz na área de proteção ambiental de Piaçabuçu-AL), caminho dos Goyases (de Goiás Velho até a Chapada dos Veadeiros), caminhos coloniais (atualmente percorrida por carros e bicicletas) e caminhos do Peabiru (do Parque Nacional Iguaçu ao litoral paranaense).
Para o coordenador da sinalização da Associação Trilha Transmantiqueira, a sinalização das trilhas gera um sentimento de pertencimento e afinidade, além de contribuir para a geração de renda local. “A nossa ideia é criar um regionalismo a partir de uma pegada estilizada (caminhar) e uma seta (naquela direção), com fundo amarelo, que significa o caminho de sul para o norte, ou preto, que representa o caminho de volta.”
Os participantes destacaram ainda que, para formar uma trilha de longo curso, é preciso envolvimento em conjunto dos municípios e voluntários, traçado, sinalização rústica e permanente, cadastro dos pontos de apoio, além de mapas, sites e aplicativos que ajudem na orientação aos praticantes das caminhadas.