Isenção de vistos pode gerar R$ 800 milhões anuais, diz estudo da USP
Professor da USP afirma que medida teve pouco tempo para mostrar resultados e pode ser muito efetiva
O Brasil pode deixar de ganhar R$ 800 milhões anualmente com a volta dos vistos para turistas dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão. É o que defende Glauber Santos, professor do Programa de Pós-Graduação em Turismo da Universidade de São Paulo (USP). O acadêmico pontua que a isenção de vistos imposta em junho de 2019 no Brasil teve pouco tempo para mostrar resultados com a atividade turística sendo interrompida em março de 2020 devido à pandemia. "O retrocesso ocorre justamente no momento em que os fluxos internacionais estão em rápida recuperação em todo o mundo", afirmou.
De acordo com estudo do professor, "a isenção de vistos tem sido repetidamente evidenciada pela pesquisa científica como uma política com efeito positivo sobre a atração de turistas". Um estudo de pesquisadores da Universidade de Michigan, por exemplo, analisou os fluxos turísticos internacionais de 124 países ao longo de 14 anos e constatou que o efeito da dispensa de vistos é positivo.
Segundo a pesquisa, fluxos turísticos isentos de vistos são até 120% maiores do que aqueles em que o documento é exigido. Além disso, os pesquisadores mostraram que o efeito da isenção sobre o Turismo cresceu significativamente ao longo dos anos.
"Os resultados do trabalho apontam que, nos oito meses em que a isenção de vistos teve condições de mostrar resultados antes da covid-19, os quatro países isentados enviaram ao Brasil quase 80 mil turistas a mais do que o previsto (confira o gráfico abaixo). Considerando-se o perfil de gastos dos turistas desses países no Brasil, estima-se que a receita turística adicional tenha sido de R$ 328 milhões."
"Além disso, os dados mostram que o efeito da isenção de vistos ainda estava se consolidando quando foi abruptamente interrompido pela pandemia. A diferença entre os números real e o previsto estava crescendo a cada mês. Isso é esperado, pois o efeito da isenção de vistos não é imediato já que o mercado consumidor leva algum tempo para se ajustar às novas regras. Se a tendência crescente tivesse se mantido, estima-se que o resultado da medida poderia ter passado de 200 mil turistas e R$ 800 milhões por ano", explicou.
Glauber Santos ainda explicou que as estimativas contam com uma margem de erro "não desprezível em razão do curto período avaliado". "De qualquer forma, as evidências sugerem que o Brasil não é diferente do que reza a literatura científica acerca dos outros países: aqui também a isenção de vistos atrai muitos turistas", concluiu.
De acordo com estudo do professor, "a isenção de vistos tem sido repetidamente evidenciada pela pesquisa científica como uma política com efeito positivo sobre a atração de turistas". Um estudo de pesquisadores da Universidade de Michigan, por exemplo, analisou os fluxos turísticos internacionais de 124 países ao longo de 14 anos e constatou que o efeito da dispensa de vistos é positivo.
Segundo a pesquisa, fluxos turísticos isentos de vistos são até 120% maiores do que aqueles em que o documento é exigido. Além disso, os pesquisadores mostraram que o efeito da isenção sobre o Turismo cresceu significativamente ao longo dos anos.
"Parece estar havendo uma corrida por isenções e turistas em que o Brasil acaba de tomar a contramão", constatou Glauber Santos, que fez uma análise econométrica com o intuito de extrair dos poucos dados disponíveis estimativas com o maior grau de consistência possível.
"Os resultados do trabalho apontam que, nos oito meses em que a isenção de vistos teve condições de mostrar resultados antes da covid-19, os quatro países isentados enviaram ao Brasil quase 80 mil turistas a mais do que o previsto (confira o gráfico abaixo). Considerando-se o perfil de gastos dos turistas desses países no Brasil, estima-se que a receita turística adicional tenha sido de R$ 328 milhões."
"Além disso, os dados mostram que o efeito da isenção de vistos ainda estava se consolidando quando foi abruptamente interrompido pela pandemia. A diferença entre os números real e o previsto estava crescendo a cada mês. Isso é esperado, pois o efeito da isenção de vistos não é imediato já que o mercado consumidor leva algum tempo para se ajustar às novas regras. Se a tendência crescente tivesse se mantido, estima-se que o resultado da medida poderia ter passado de 200 mil turistas e R$ 800 milhões por ano", explicou.
Glauber Santos ainda explicou que as estimativas contam com uma margem de erro "não desprezível em razão do curto período avaliado". "De qualquer forma, as evidências sugerem que o Brasil não é diferente do que reza a literatura científica acerca dos outros países: aqui também a isenção de vistos atrai muitos turistas", concluiu.