Internet supera o mundo físico nas reservas de viagens
América Latina, porém, é uma das regiões onde menos se reserva on-line
Em 2020, o percentual de reservas on-line de viagens superou o de reservas pelos canais tradicionais pela primeira vez na média global, ultrapassando os 50% de share, e a curva segue ascendente neste ano, com as compras pela internet chegando a cerca de 53%, em um total de aproximadamente US$ 400 trilhões no mundo todo.
A América Latina, porém, é uma das regiões onde a penetração on-line das reservas de viagens está aquém do resto do mundo. No ano passado, pouco mais de 40% das reservas de viagens foram feitas por OTAs, canais diretos ou similares, enquanto neste ano este índice está em cerca de 45%. A previsão é de que os latino-americanos não chegarão nos 50% do share on-line até 2024.
O único país em que o share do on-line está caindo é os Estados Unidos. Lá, a internet já representava pelo menos a metade das reservas desde 2018, com um pico em 2020 de quase 60% e share, mas se vê uma linha decadente da penetração das OTAs e similares para os próximos anos, e consequente valorização do papel do consultor de viagens tradicional.
Os dados e previsões são da consultoria Phocuswright, durante o LatAm/Talk 2021. "Um dos efeitos da pandemia nos hábitos de consumo é o aumento da participação da internet na vida das pessoas, e com viagem não foi diferente. Em 2020, mais da metade das reservas globais foram feitas pela internet", avalia a vice-presidente sênior da Phocuswright, Charuta Fadnis. "Na América Latina ainda vemos uma resistência ao canal on-line, mas a alta é inevitável, e 39% em 2019 para cerca de 48% em 2024."
Em termos financeiros, o on-line movimentou quase US$ 700 trilhões no ano prépandemia, número que será praticamente igualado em 2023 e superado em 2024, de acordo com as previsões da Phocuswright. "Haverá uma alta de 27,5% entre 2020 e 2024 das reservas nos canais on-line", conclui a executiva.
INTERESSE NO AGENTE DE VIAGENS
No entanto, a covid-19 fez muitos consumidores dos maiores mercados do mundo passarem a considerar mais fazer suas reservas com agências de viagens tradicionais em suas próximas férias.
Além de Estados Unidos, onde esse movimento já começou, notou-se um aumento do interesse pelos canais off-line em Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Espanha.