Da Redação   |   19/10/2020 15:32
Atualizada em 19/10/2020 15:33

Rússia inicia transferência tecnológica para produzir vacina no Brasil

Apesar da transferência de tecnologia demorar seis meses, o processo deve ser acelerado devido à pandemia

DA AGÊNCIA BRASIL

Acordo entre o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) e a farmacêutica União Química pode permitir que a empresa produza no Brasil, ainda este ano, a vacina contra covid-19 desenvolvida na Rússia. Em entrevista coletiva de imprensa, o diretor executivo do fundo russo, Kirill Dmitriev, destacou que o processo de transferência de tecnologia já começou e, apesar de costumar durar até seis meses, deve ser acelerado devido à pandemia.
Divulgação
Apesar da transferência de tecnologia demorar seis meses, o processo deve ser acelerado devido à pandemia
Apesar da transferência de tecnologia demorar seis meses, o processo deve ser acelerado devido à pandemia
A produção da vacina russa também deve ocorrer na Coreia do Sul, na China e na Índia, país em que os lotes também devem começar a ficar prontos neste ano. Sobre a América Latina, Dmitriev afirmou que o Brasil é um parceiro confiável e com um mercado importante e antecipou que novos acordos devem ser anunciados com o Peru e a Argentina. O executivo afirmou que os países devem buscar construir um portfólio próprio com mais de uma opção de vacina e defendeu que a tecnologia utilizada pelos russos esteja entre elas.

A vacina russa contra a covid-19 é chamada de Sputnik V e está em desenvolvimento pelo Instituto de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya. A vacina utiliza a tecnologia de vetor viral, em que outro tipo de vírus é modificado e utilizado para transportar informações genéticas do novo coronavírus. Também funcionam dessa forma as vacinas da AstraZeneca/Oxford, da Johnson & Johnson e da Cansino.

A Sputnik V, entretanto, é a única entre elas a usar dois tipos diferentes de adenovírus humano como vetores virais, um em cada uma das duas doses previstas. As demais vacinas desse tipo utilizam apenas um tipo de adenovírus, humano ou de chimpanzé, para carregar informações genéticas do novo coronavírus e desencadear a resposta imunológica do organismo.

Durante a entrevista coletiva, o pesquisador Denis Logunov explicou que a estratégia de usar dois adenovírus diferentes busca produzir uma imunidade mais duradoura. Logunov também afirmou que os testes clínicos na Rússia não precisaram ser interrompidos até o momento por qualquer ocorrência de efeitos adversos graves, e foram registrados apenas sintomas leves, como febre ou dor no local da aplicação.

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