Beatriz Contelli   |   30/10/2020 09:17

Empresárias buscam por inovação para enfrentar crise

66% das empresárias entrevistadas acham que menos da metade dos clientes voltarão a consumir em 30 dias

Segundo levantamento realizado pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, as mulheres empreendedoras estão mais pessimistas que os homens no retorno de seus negócios à normalidade. Das empresárias participantes, 66% acham que menos da metade dos clientes voltarão a consumir em 30 dias, contra 59% dos homens. Ainda de acordo com a pesquisa, as mulheres foram mais prejudicadas do que os homens no tocante ao faturamento mensal das empresas (77% delas acusaram diminuição, contra 73% dos homens) e um percentual maior de empresárias alega ainda ter muitas dificuldades para manter seu negócio (45% delas, contra 42% deles).
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Apesar de estarem mais pessimistas que os homens, são as mulheres que mais implementam inovações em seus negócios
Apesar de estarem mais pessimistas que os homens, são as mulheres que mais implementam inovações em seus negócios
O levantamento, realizado entre 28 de setembro e 1º de outubro, mostrou que apesar de sofrerem mais com o impacto da crise que os homens, as mulheres mantêm um comportamento anterior à pandemia que é uma maior resistência a buscar crédito. Desde o início da crise, apenas 46% das empresárias buscaram empréstimos, contra 53% dos homens.

As mulheres mostram, entretanto, uma maior capacidade de implementar inovações em suas empresas que os homens. De acordo com os dados do Sebrae, cerca de 42% delas passaram a comercializar novos produtos/serviços, desde o início da crise do coronavírus, contra 37% dos homens.

"O que já era difícil, desafiador e precário antes da pandemia, ficou muito pior. A questão é cultural, que além de introjetar na mulher crenças limitantes em relação ao mundo dos negócios, ainda tem a questão das tarefas domésticas e com os filhos que continuam recaídas sobre as mulheres. Se antes da pandemia, algumas ainda contavam com creches, escolas ou ajuda de funcionários cuidando da casa e das crianças, com o isolamento, acabam por acumular 100% das tarefas, ficando esgotadas e reduzindo a quantidade de horas dedicadas às empresas", ressalta a analista de Cultura Empreendedora do Sebrae, Renata Malheiros. "Sem contar que os setores com mais predominância de mulheres, de alimentos e bebidas e salão de beleza, também foram mais impactados pela crise", completa.

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