Danilo Teixeira Alves   |   11/03/2020 11:29
Atualizada em 17/03/2020 11:15

Ministério reduz previsão de crescimento da economia para 2,1%

A projeção para o crescimento da economia este ano foi reduzida de 2,4% para 2,1%, informou a SPE

DA AGÊNCIA BRASIL

A projeção para o crescimento da economia este ano foi reduzida de 2,4% para 2,1%, informou hoje (11) a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, no boletim MacroFiscal. Ontem (10), o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, havia adiantado que a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) ficaria acima de 2%.

Rodrigues disse que a revisão para baixo das projeções de crescimento da economia e a queda nos preços internacionais do petróleo deverão fazer o governo contingenciar (bloquear) parte do Orçamento. Com a economia crescendo abaixo do previsto, o governo arrecada menos, o que obriga o contingenciamento de gastos discricionários (não obrigatórios) para cumprir a meta fiscal de déficit primário de R$ 124,1 bilhões neste ano.


Marcello Casal Jr./Agência Brasil

“Há incertezas sobre o impacto que a queda no petróleo e a desaceleração no crescimento global podem produzir sobre a economia brasileira. É importante destacar que o cenário de crescimento para este ano tornou-se mais desafiador. Estamos monitorando de perto os desdobramentos do Covid-19 e a recente queda no preço do petróleo e reafirmamos que a melhor resposta ao novo cenário é perseverar com as reformas fiscais e estruturais”, diz o boletim.

IMPACTO DO CORONAVÍRUS
De acordo com a secretaria, os impactos do coronavírus sobre a economia brasileira em 2020 estão dentre de um intervalo de menos 0,1 ponto percentual a menos 0,5 ponto percentual, com o cenário provável de redução de 0,3 ponto percentual no resultado do PIB.

O boletim alerta que a epidemia de coronavírus (Covid-19) poderá levar a choques negativos sobre a atividade econômica global, como a redução na produtividade, devido a “quebras de cadeia produtiva e possíveis limitações promovidas pela doença ao trabalho”; redução da demanda; choque no preço de commodities (produtos primários com cotação internacional); choques nas condições financeiras, limitando o crédito. “O impacto de tais choques sobre os países dependerá da sua magnitude e da dinâmica de sua recuperação”, diz o boletim.

“A manutenção do teto de gastos possibilita a redução do risco, o que tem impacto estrutural nos juros, estimulando a economia. As PECs [propostas de emenda à Constituição] fiscais enviadas ao Congresso criam condições para a estabilidade fiscal e as demais reformas estruturantes que serão enviadas ao Congresso Nacional ainda este ano contribuirão para o aumento da produtividade da economia, neste e nos próximos anos. É fundamental, desta forma, manter tais alicerces e perseverar nas reformas estruturais para garantir o desenvolvimento sustentável de nossa economia”, diz a secretaria.

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