Filip Calixto   |   17/10/2024 14:34

Prejuízos com falta de energia em São Paulo chegam perto de R$ 2 bilhões

Associação orienta que pessoas afetadas pelo apagão procurem as vias administrativas disponíveis

Reprodução
O setor de serviços foi o mais impactado em São Paulo, com perda de receitas estimada em R$ 1,23 bilhão, ou cerca de R$ 246 milhões por dia sem energia
O setor de serviços foi o mais impactado em São Paulo, com perda de receitas estimada em R$ 1,23 bilhão, ou cerca de R$ 246 milhões por dia sem energia

A cidade de São Paulo ainda enfrenta interrupções pontuais na distribuição de energia elétrica desde o apagão da última sexta-feira (11). E os prejuízos no comércio e serviços continuam a crescer.

A FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) estima que, entre sexta-feira (11) e terça-feira (15), as perdas no faturamento bruto somaram R$ 1,82 bilhão.

O setor de serviços foi o mais impactado, com perda de receitas estimada em R$ 1,23 bilhão, ou cerca de R$ 246 milhões por dia sem energia. O maior prejuízo foi registrado no Dia das Crianças (12), quando as empresas do setor deixaram de faturar cerca de R$ 442,3 milhões. Nesse mesmo dia, o número de imóveis sem energia foi o maior registrado na cidade.

O comércio também foi fortemente afetado, acumulando perdas de R$ 589 milhões desde o início do apagão. O Dia das Crianças foi o mais prejudicado, com uma perda estimada de R$ 211 milhões em vendas devido à falta de energia.

A FecomercioSP alerta que os impactos negativos podem ser ainda maiores, já que os cálculos não incluem perdas de estoques ou custos fixos que persistem mesmo sem receitas. A recuperação total pode levar meses, dependendo da extensão dos prejuízos.

Até a terça-feira, mais de 250 mil imóveis permaneciam sem energia na capital e em sua região metropolitana, de acordo com a concessionária Enel. No sábado, o número de unidades afetadas chegou a 1,45 milhão.

Orientações para os afetados

A FecomercioSP, que está em contato com autoridades e a Enel SP desde o início da crise, recomenda que os afetados registrem um chamado junto à distribuidora antes de buscar a via judicial. A formalização da reclamação pode agilizar a resolução e servir como documento em eventuais ações jurídicas.

Para casos de danos em aparelhos elétricos devido à interrupção, as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinam que a Enel SP ofereça canais de atendimento aos consumidores. Caso a resposta da distribuidora não seja satisfatória, o consumidor pode acionar a ouvidoria da empresa e, se necessário, a própria Aneel com o protocolo da reclamação.

Na ausência de solução, é possível recorrer a um órgão de defesa do consumidor, como o Procon. A legislação prevê que, em casos de interrupção de energia superiores a 24 horas em áreas urbanas e 48 horas em zonas rurais, os Procons são responsáveis por intermediar solicitações de indenização por danos econômicos.

Para pedidos de ressarcimento, seja pela via administrativa ou judicial, é necessário apresentar provas dos prejuízos, como fotografias, registros, documentos e relatórios de perda de receitas.

Críticas à gestão da crise

A FecomercioSP considera inaceitável que São Paulo, a maior metrópole do Brasil, enfrente cortes de energia tão amplos e prolongados. Além dos prejuízos econômicos, que impactam a economia nacional, a situação afeta negativamente a população da cidade.

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