CEO da Torre Eiffel visita o Brasil e volta com reflexões sobre o trade
Em entrevista exclusiva, Patrick Branco Ruivo fala sobre os detalhes do trabalho que faz no Brasil
O diretor geral da Eiffel Tower Operating Company, Patrick Branco Ruivo, esteve no Brasil na semana passada para participar do evento France Excellence, realizado em São Paulo. Em entrevista ao Portal PANROTAS, Ruivo destacou o trabalho que vem sendo feito junto ao trade e a importância do mercado brasileiro para o monumento francês. Confira a seguir:
Portal PANROTAS: Como é feito o trabalho de vocês com o trade internacional?
Patrick Branco Ruivo: Hoje nós temos uma equipe comercial dedicada aos profissionais de Turismo. É claro que há ainda muito a se fazer. Esta minha visita ao Brasil cumpriu dois objetivos: reparar uma injustiça e conhecer as expectativas dos agentes de viagens e operadores de Turismo brasileiros. Digo reparar injustiça porque é a primeira vez na história que o CEO da Torre Eiffel vem ao Brasil em missão profissional, sendo que o País é um dos mais importantes para o monumento. O mercado é altamente qualificado e muito atuante.
PANROTAS: Vocês têm um trabalho no Brasil com operadoras e/ou agências de viagens? Existe tarifa diferenciada para o trade?
RUIVO: Não há tarifas diferenciadas. Os profissionais de Turismo podem comprar com antecedência os ingressos para os clientes. A partir de outubro, as agências e operadoras poderão organizar grupos de até seis pessoas para visitas guiadas.
Portal PANROTAS: O público brasileiro é relevante para vocês?
RUIVO: Importantíssimo. O Brasil é a décima nacionalidade que mais visita a Torre Eiffel. Já quando falamos de restaurantes, chega à quarta posição. Os brasileiros não apenas visitam e fazem fotos, mas também buscam experiências gastronômicas.
PANROTAS: Quais são as possibilidades de inovar em um produto tão consolidado mundialmente?
RUIVO: Nosso objetivo é que as pessoas possam voltar à Torre Eiffel e não visitá-la apenas uma vez na vida. Por essa razão, é preciso pensar em experiências muito diferentes. Há macarons de Pierre Hermé , o renomado chef pâtissier, que são exclusivos na Torre. Só se pode comprar lá. Além disso, temos dois restaurantes e espaço para eventos corporativos. Há sempre a questão da iluminação, que é uma publicidade para toda Paris. Estamos trabalhando muito para os Jogos Olímpicos em 2024 e, é claro, fazendo um exaustivo e fundamental trabalho de manutenção. Estamos no momento trocando todos os elevadores.
PANROTAS: Conversei com uma operadora brasileira que me disse que no login profissional não tem tarifas diferenciadas e ela sente falta de um calendário com os próximos eventos e iluminações especiais. Não é possível melhorar isso?
RUIVO: Sim, volto para Paris disposto a refletir com as equipes. Na questão da iluminação, é algo mais complexo. Principalmente quando se pensa em sustentabilidade e no consumo de energia. Há sempre que se inovar, há sempre que se melhorar. Na Torre Eiffel trabalham mil pessoas, são muitas operações e sempre há o objetivo de tornar memoráveis as visitas.
PANROTAS: Qual é a taxa anual de frequentação da torre, quais países lideram? Esse numero já superou/igualou o período pré-COVID?
RUIVO: A Covid trouxe uma queda de 65% no número de visitantes. A grande e excelente notícia é que chegaremos este ano aos níveis de 2019, com seis milhões de visitantes. Até 2025 esperamos chegar a sete milhões. Hoje 55% são europeus, 15% americanos, 4% hindus, 2% brasileiros, 1% de chineses e 1% de japoneses.
Portal PANROTAS: Quais são as opções de produtos diferenciados para agências de viagens de luxo e Mice?
RUIVO: Hoje temos o Jules Verne, que é um restaurante de prestígio. Além da oferta gastronômica, vamos implantar em 2023 as visitas VIP para até seis pessoas. O visitante será acolhido por nossos concierges, sem passar por filas, e poderá subir até o topo da Torre, tomar champanhe e aproveitar as ofertas de alta gastronomia que temos.