Victor Fernandes   |   10/01/2022 16:21
Atualizada em 10/01/2022 16:46

Abeta pede reflexão sobre segurança e ecoturismo após tragédia em Capitólio

A associação explicou que o desastre natural ocorreu devido à fratura das rochas potencializada por chuvas

Divulgação
A associação explicou que o desastre natural ocorreu devido à fratura das rochas já observado há anos e potencializado pelas chuvas intensas
A associação explicou que o desastre natural ocorreu devido à fratura das rochas já observado há anos e potencializado pelas chuvas intensas
A Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) lamentou o desastre natural ocorrido em Capitólio (MG) no último sábado (8) e está sugerindo que o setor reflita sobre "Segurança no Turismo de Natureza". No incidente, uma rocha de um lago do destino caiu sobre uma lancha, causando a morte de dez pessoas, e ainda atingindo outras três embarcações.

Em comunicado no Instagram, a associação explicou que o desastre natural ocorreu devido à fraturação das rochas já observado há anos e potencializado pelas chuvas intensas dos últimos 60 dias na região. "Apesar de se tratar de um desastre natural, eventos como esses sugerem realizar reflexões sobre segurança no Turismo de Natureza. Este acidente nos mostra a importância de uma gestão profissional da atividade turística nos destinos de Ecoturismo e Turismo de Aventura do Brasil", comunicou a Abeta.

Inclusive, a Abeta iniciará as discussões amanhã (11) em live promovida pelo Parque Estadual do Ibitipoca. Na ocasião, Pollyana Pugas, vice-presidente da associação, abordará a segurança na visitação de áreas naturais. Confira amanhã (11) às 18h no Instagram.

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, também se posicionou após o ocorrido e afirmou que "marcará uma reunião com os secretários para uma estratégia de avaliação de risco decorrentes de desastres naturais, visando oferecer cada vez mais segurança ao turista".

Confira abaixo o comunicado completo da Abeta.

"No sábado, nós da Abeta, associação que congrega as empresas de ecoturismo e Turismo de aventura, fomos surpreendidos por mais um triste acidente nas atividades de Turismo de Natureza do Brasil. Dessa vez em Capitólio. Lugar lindo e exuberante por seus aspectos naturais e atividades ao ar livre. Todos nós estamos profundamente tristes com o ocorrido. Nossos sentimentos de pesar e solidariedade aos familiares e amigos das vítimas.

A região de Capitólio, próximo a Serra da Canastra, tem uma formação rochosa típica, de quartzito. São rochas muito fraturadas, provocando a quebra e consequente queda dos blocos. As chuvas intensas dos últimos 60 dias acabaram por aumentar a fratura, que já era observada há anos.

É importante citar que se trata de um evento natural em que os próprios rios que correm na região são grandes fraturas, assim como os próprios cânions que são formados por esse tipo de fenômeno.

Apesar de se tratar de um desastre natural, eventos como esses sugerem realizar reflexões sobre "Segurança no Turismo de Natureza". Este acidente nos mostra a importância de uma gestão profissional da atividade turística nos destinos de Ecoturismo e Turismo de Aventura do Brasil. Essas atividades, praticadas ao ar livre, apesar de desejáveis e com muitos aspectos positivos, oferecem riscos inerentes à prática.

A Abeta acredita na importância do poder público para o adequado ordenamento e fiscalização das atividades profissionais do turismo de natureza em conformidade com a legislação vigente, em particular a Lei Geral do Turismo, o Código de Defesa do Consumidor e a Norma Técnica ABNT ISO NBR 21101-Sistema de Gestão da Segurança em Turismo de Aventura.

As atividades de Ecoturismo e Turismo de Aventura têm sido muito procuradas nos últimos meses, e deve aumentar no futuro, mas infelizmente, junto com o aumento da demanda, verificamos também um aumento no número de acidentes, e muitos poderiam ter sido evitados se gestores públicos, prestadores de serviços e consumidores, estivessem mais comprometidos com a segurança, a formalidade e o ordenamento turístico. Empresários, gestores públicos e consumidores precisam estar atentos e vigilantes a esses temas.

O consumidor deve buscar produtos e serviços turísticos que tenham comprometimento com a segurança, se há um Termo de Conhecimento de Risco da atividade, se tem um PAE - Plano de Atendimento de Emergências, ambos exigidos pela legislação. Deve também verificar se os condutores são capacitados, se os equipamentos estão em bom estado de conservação, se oferecem seguro da atividade. São informações mínimas, mas que podem auxiliar o consumidor na aquisição de serviços seguros e de qualidade.

Por fim, gostaríamos de reforçar os nossos mais profundos sentimentos para com as vítimas e familiares, e dizer que seguimos trabalhando para que as atividades de Turismo de Natureza no Brasil ocorram de forma cada vez mais profissional, segura, sustentável e com qualidade."

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