Da Redação   |   23/11/2021 18:30

Museu da História e Cultura Afro-Brasileira é inaugurado no Rio

Espaço é um dos 15 pontos de memória que compõem a Pequena África, na região portuária

Beth Santos/ Prefeitura do Rio de Janeiro
Espaço funcionará de quinta a sábado, com entrada franca
Espaço funcionará de quinta a sábado, com entrada franca
DA AGÊNCIA BRASIL

Vizinho ao Cais do Valongo, na Gamboa, região central do Rio de Janeiro, o Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab) foi inaugurado nesta terça-feira (23). O espaço é um dos 15 pontos de memória que compõem a Pequena África, na região portuária, e fica localizado no Centro Cultural José Bonifácio.

O museu foi criado em 2017, por meio de decreto, mas nunca tinha sido aberto ao público. Na época, o Muhcab foi idealizado para ser um braço do centro que ainda será criado para catalogar o acervo arqueológico encontrado naquela região.

Foi definido como um museu de tipologia híbrida: museu de território, museu a céu aberto, museu de responsabilidade social e museu histórico. Está situado na Pequena África, região com papel fundamental no resgate, na preservação e revitalização da memória afro-brasileira e que tem como marco zero o Cais do Valongo.

No espaço, o público poderá conferir algumas das obras do acervo, que reúne aproximadamente 2,5 mil itens, entre pinturas, esculturas e fotografias, além de trabalhos de artistas plásticos contemporâneos. Por ser um museu de território, as edificações e os elementos urbanos também são catalogados como acervo.

A atual gestão da Secretaria Municipal de Cultura executou a limpeza e o restauro das calhas para impedir vazamentos. As peças passaram por higienização, algumas também por pequenos restauros ou ganharam uma nova moldura.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que participou da inauguração, disse que foi feito um grande investimento para que o prédio funcione como uma espécie de farol que, junto com o Instituto dos Pretos Novos e o Cais do Valongo, possa chamar a atenção para a cultura do povo negro na formação da história da capital fluminense. “E que assim, num futuro não tão distante, possamos construir uma sociedade mais justa e mais igual”, completou o prefeito.

Segundo o diretor do Museu, Leandro Santanna, além da visitação, o público poderá fazer oficinas de teatro e percussão. “Nossa exposição de reabertura, Protagonismo, Memórias, Orgulho e Identidade, revela fragmentos da potência de um povo que construiu este Brasil lutando contra os olhares enviesados”, destacou.

Em maio deste ano, o Muhcab ganhou seu site, fruto de uma cooperação internacional da prefeitura do Rio com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), por meio da Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com o projeto Territórios Negros.

Fundado em 1877 pelo imperador Pedro II como a primeira escola pública da América Latina, o Centro Cultural José Bonifácio faz parte do Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana. O palacete foi restaurado em 2013.

O Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira fica na Rua Pedro Ernesto, 80, Gamboa, e funciona de quinta a sábado, das 10h às 16h, com entrada gratuita.

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