Hotelaria terá baixa ocupação e faturamento neste carnaval
FBHA aponta que 58% dos hoteleiros avaliam que terão menos de 50% de ocupação
Época de alta lucratividade e resultados positivos para os setores de serviços e viagens, o Carnaval deste ano é rodeado de expectativas negativas. Em virtude da ainda presente e crescente pandemia do coronavírus no País, muitos destinos cancelaram as festas e alguns até suspenderam os pontos facultativos, solidificando um contraponto com os índices do ano passado, quando, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), as atividades turísticas relacionadas ao Carnaval alcançaram o maior volume de receitas desde 2015, com faturamento de aproximadamente R$ 8 bilhões.
O Turismo, um dos setores mais afetados pela pandemia, já amarga os prejuízos para o período carnavalesco, como estimado pela FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação). De acordo com a pesquisa realizada pela entidade, apenas no âmbito da hotelaria e similares, 58% dos empresários avaliam que terão menos de 50% de ocupação durante a semana do feriado.
Por outro lado, 32% acreditam que conseguirão ocupar de 50% a 70% da hospedagem local; e apenas 10% esperam uma movimentação de 70% a 90%.
"Nos principais destinos turísticos, onde o carnaval é reconhecido nacionalmente, não teremos os famosos desfiles e blocos de rua. Além disso, muitas capitais também optaram por cancelar o ponto facultativo nas datas destinadas à folia. O agravamento da situação sanitária inviabiliza a realização do evento", informa o presidente da FBHA, Alexandre Sampaio.
Para Sampaio, enquanto a vacina não estiver disponível em grande escala para a população, a tendência é de que outras grandes comemorações sofram, igualmente, com cancelamentos, o que impactará toda a cadeia produtiva do setor.
FATURAMENTO EM BAIXA
Já para esse começo de ano, conforme apresentado pelo levantamento da federação, estima-se que 87% da hotelaria brasileira terá queda no faturamento para o Carnaval.
A avaliação do setor é variada. A maioria (48%) acredita que os prejuízos ficarão na casa de 30% a 50%. Entretanto, uma parte do empresariado está dividida entre esse déficit. De um lado (23%), há a expectativa de prejuízos entre 10% e 30%; de outro (23%), já há uma visão mais negativa quanto ao assunto, onde aguardam menos de 50% do faturamento para o período.
Todo esse cenário afeta amplamente a geração de empregos em território brasileiro. Apenas no ano passado, o turismo teve uma perda de 437,9 mil postos formais de trabalho, sendo uma redução de 12,5% de força de trabalho. O segmento de hospedagem respondeu por 65,4 mil dessas vagas.
Agora, no começo de 2021, segundo avalia a federação, não há expectativa para melhorar a situação, visto que 90% da hotelaria e similares não pretendem realizar contratações temporárias durante o carnaval. “Esse tipo de modalidade trabalhista é muito comum no Brasil, principalmente durante o feriado carnavalesco. Com o cancelamento das atividades, não teremos como movimentar o mercado, o que trará problemas estruturais para a geração de renda no país. É um problema que poderá se repetir ao longo do ano, levando em consideração a instabilidade que sofremos devido à infecção viral”, pontua o presidente da FBHA.