Rodrigo Vieira   |   15/02/2022 14:35
Atualizada em 15/02/2022 15:16

Volta dos cruzeiros é mais uma vez adiada: nova data é 4 de março

Volta estava programada para 18 de fevereiro, mas Clia Brasil anuncia extensão do prazo


Divulgação
Retorno estava previsto para 18 de fevereiro, mas prazo foi estendido a 4 de março
Retorno estava previsto para 18 de fevereiro, mas prazo foi estendido a 4 de março

O Brasil não terá cruzeiros até 4 de março. Mais uma vez a suspensão das operações foi prorrogada. A volta estava programada para 18 de fevereiro, mas a Clia Brasil (Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros) anunciou hoje que o prazo foi estendido para a dar continuidade "ao criterioso trabalho e discussões com as autoridades nacionais, estaduais e municipais para a retomada dos cruzeiros". Nenhum navio de cruzeiro está em atividade no País desde o início de janeiro.

Ainda segundo a Clia Brasil, os navios estão parados porque, de acordo com a Portaria Interministerial nº 666, publicada em 20 de janeiro de 2022, é necessário que todos os Estados e municípios que recebem os cruzeiros estejam alinhados com os requisitos que apoiam o retorno das operações e os procedimentos e exigências dos rígidos protocolos de segurança estabelecidos pela Anvisa. "As operações de cruzeiros possuem características técnicas específicas, que precisam ser trabalhadas com total uniformidade em todo o território nacional", aponta a Clia Brasil.

É fundamental ressaltar que no Brasil os cruzeiros são o único segmento que exige comprovante do ciclo de vacinação completo e testes de 100% das pessoas que embarcam nos navios, da tripulação aos passageiros. Ainda existe a obrigação de testagem contínua a bordo, uso de máscaras, distanciamento social e menor ocupação dos navios, entre outros protocolos.

"CONTÁGIO DRASTICAMENTE MENOR DO QUE EM TERRA"
A Clia Brasil garante que quando os casos são identificados como resultado da alta frequência dos testes a bordo, os protocolos dos navios de cruzeiro ajudam a maximizar a contenção com procedimentos de resposta rápida projetados para proteger todos os hóspedes e tripulantes, bem como as comunidades que os navios visitam. "Além disso, os cruzeiros são o único setor que monitora, coleta e relata continuamente informações de casos diretamente aos órgãos governamentais", comunica a entidade, que assegura estar fazendo um trabalho em conjunto com as autoridades, guiado pela ciência.

De um total de aproximadamente 130 mil passageiros transportados, entre 5 de novembro e 3 de janeiro de 2021, cerca de 1,1 mil casos foram confirmados, o que representa menos de 1% do total das pessoas atendidas (incluindo hóspedes e tripulantes), segundo cálculos da Clia Brasil.

Ademais, um estudo realizado pela SBCC (Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação) aponta o transporte público brasileiro como o maior responsável pela alta disseminação da variante ômicron da covid-19 no País.

No mundo, mais de seis milhões de pessoas navegaram em quase 90 países desde que os cruzeiros retomaram suas operações com sucesso.

CINCO NAVIOS ESPERAM O SINAL VERDE
Entre equipamentos da Costa Cruzeiros e da MSC Cruzeiros, cinco navios da temporada continuam fundeados no litoral de Santos, já preparados para a retomada, com os protocolos totalmente implantados e mais de sete mil tripulantes brasileiros e estrangeiros a bordo prontos para o trabalho.

Estima-se, conforme estudo da Clia Brasil em parceria com a FGV, que cada navio gera em torno de R$ 350 milhões de impacto para a economia brasileira. A cada 13 cruzeiristas, um emprego é gerado. A temporada atual, que começou em novembro de 2021, tinha previsão de movimentar mais de 360 mil turistas, com impacto de R$ 1,7 bilhão, além da geração de 24 mil empregos, envolvendo uma cadeia extensa de setores da economia, entre eles comércio, alimentação, transportes, hospedagem, serviços turísticos, agenciamento, receptivos e combustíveis, entre muitos outros.

PROTOCOLOS EXIGIDOS PARA CRUZEIROS NO BRASIL

- Vacinação completa obrigatória para hóspedes e tripulantes (elegíveis dentro do Plano Nacional de Imunização).

- Testagem pré-embarque (PCR até três dias antes ou Antígeno até um dia antes da viagem).

- Testagem frequente de, no mínimo, 10% das pessoas embarcadas e tripulantes.

- Capacidade reduzida a bordo para facilitar o distanciamento social de 1,5m entre os grupos e permitir a distribuição de cabines reservadas para isolar casos potenciais.

- Uso obrigatório de máscaras.

- Preenchimento de formulário de saúde pessoal (DSV – Declaração de Saúde do Viajante).

- Ar fresco sem recirculação, desinfecção e higienização constantes.

- Plano de contingência com corpo médico especialmente treinado e estrutura com modernos recursos para atendimento dos hóspedes e tripulantes.

- Medidas de rastreabilidade e comunicação diária com a Anvisa, Municípios e Estados.

QUESTÃO POLÍTICA?

Mas então, o que estaria travando a continuidade da temporada de cruzeiros no Brasil? Já provados como um ambiente seguro contra a proliferação da covid-19, os cruzeiros estão parados por quê? A Clia Brasil tem o apoio do governo federal, mas encontra dificuldade em ter uma uniformidade de entendimentos envolvendo a Anvisa, os Estados e municípios.

Na última paralisação, o Portal PANROTAS consultou os governos de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Alagoas. As respostas não são necessariamente assertivas sobre quem é efetivamente a favor do retorno, como você pode ler nesta notícia.

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