Filip Calixto   |   11/02/2020 15:58

Clia reforça iniciativas sustentáveis do setor de cruzeiros

A Clia trabalha para divulgas as ações feitas pelo setor além de desenvolver práticas e identificar tecnologias que contribuam para o Turismo responsável.

Emerson Souza
Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil
Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil
Principal associação global de um setor que deve transportar 32 milhões de passageiros pelo mundo ao longo de 2020, a Cruise Line International Association (Clia) intensificou o trabalho de divulgação das ações de cunho sustentável adotadas por cruzeiros. A organização trabalha para desenvolver práticas e identificar tecnologias que contribuam para o Turismo responsável, embora os navios de cruzeiro representem menos de 1% da comunidade marítima global.

De acordo com a Clia, seus membros estão na linha de frente das práticas recomendadas, idealizadas para proteger a integridade dos destinos visitados e melhorar as experiências dos viajantes e comunidades locais.

A associação também elaborou uma lista com dados e ações práticas já aplicadas no setor. Segundo a Clia, mais de 68% da capacidade global usa os sistemas de limpeza de gases de escape (EGCS) que processam emissões de navios para reduzir os níveis de enxofre em até 98%. Entre as novas embarcações listadas na organização, 44% usará o GNL para propulsão primária, resultando num aumento de 60% na capacidade global em comparação ao ano passado. As emissões de enxofre com GNL são praticamente zero, havendo uma redução de 95% a 100% em emissões particuladas, uma redução de 85% em emissões de NOx e uma redução de até 20% em emissões de gases de efeito estufa.

Outras informações divulgadas pela associação mostram que 88% das novas construções estão comprometidas com a instalação de sistemas de eletricidade costeira ou serão configuradas para instalar eletricidade costeira no futuro.

Todas essas novidades refletem o rejuvenescimento da frota pelo mundo. A idade média da frota de linhas de cruzeiro da Clia é de 14,1 anos, em comparação aos 14,6 do ano anterior.

Outras práticas pró-ambientais mais simples, mas muito eficientes, são bastante comuns em muitos navios, como o número crescente de empresas de cruzeiros proibindo a utilização de plásticos de uso único; iluminação feita com LED, que dura 25 vezes mais e consome 80% menos energia; itinerários otimizados no que se refere à velocidade, rotas e distâncias viajadas para reduzir significativamente o consumo de combustível; e volume de reciclagem a bordo maior que o de muitas cidades que os navios visitam.

"Contabilizamos grandes progressos na proteção ambiental marítima, mas sabemos que ainda há trabalho a ser feito. A indústria de cruzeiros assumiu o compromisso de toda a frota reduzir a taxa de emissões de carbono em 40% até 2030 em comparação a 2008", revela o presidente da Clia Brasil, Marco Ferraz.

"Trata-se de uma meta desafiadora, mas todo o trabalho é feito com muito foco e seriedade, tanto que a Clia e suas companhias associadas se uniram voluntariamente a outras associações marítimas, em dezembro de 2019, para iniciar uma proposta à OMI para estabelecer o primeiro fundo colaborativo de pesquisa e desenvolvimento em navegação do mundo, que geraria cerca de US$ 5 bilhões ao longo de dez anos, com o objetivo de encontrar soluções ambientais que ainda não existem", completa Ferraz.

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