Grupo Expedia encerra venda de atrações com baleias e golfinhos
Decisão recompensa dois anos de intensa campanha internacional da Proteção Animal Mundial
O Grupo Expedia confirmou no começo desta semana o banimento em seus sites da comercialização de ingressos para atrações que envolvem interações ou espetáculos com baleias, golfinhos e outros cetáceos mantidos em cativeiro. A mudança atende aos apelos da Proteção Animal Mundial, organização não-governamental que trabalha em prol do bem-estar animal, e dos mais de 350 mil apoiadores em todo o mundo que têm feito campanha sobre o tema desde 2019.
“A Proteção Animal Mundial conseguiu fazer com que a Expedia parasse de vender ingressos para shows e interações cruéis com golfinhos, e estamos muito motivados com esse resultado. Esta é uma grande vitória para baleias e golfinhos em todo o mundo”, celebrou Nick Stewart, chefe global de Vida Silvestre da Proteção Animal Mundial. “Depois de dois anos de campanha persistente focada nessa gigantesca empresa de Turismo, a Expedia ouviu o chamado de nossos apoiadores”.
“No Brasil felizmente não temos mais golfinhos em cativeiro para entretenimento há bastante tempo. A Proteção Animal Mundial participou ativamente para a libertação do último espécime nessas condições, o que aconteceu em 1993”, recordou o diretor executivo interino da Proteção Animal Mundial no Brasil, João Almeida.
Ele acrescenta uma avaliação dos efeitos em âmbito internacional e local: “A decisão do Expedia é muitíssimo importante pela escala do impacto positivo em bem-estar animal que poderá ser gerado. Mas também pelo exemplo para toda a cadeia de fornecimento global, incluindo as várias agências e operadoras de Turismo que ainda promovem e vendem estas experiências ultrapassadas que exploram animais comercialmente. Precisamos lembrar que neste grupo estão inclusas importantes empresas nacionais de Turismo. Por este motivo, os turistas brasileiros ainda constam entre os maiores consumidores mundiais de atrações cruéis com golfinhos e baleias. A mensagem que precisa ficar é: golfinhos e baleias pertencem à natureza, eles não são entretenimento. Vamos fazer desta a última geração desses animais sofrendo em cativeiro para diversão humana”.
NO BRASIL
Com a gradual flexibilização dos protocolos sanitários e da circulação no Brasil e em outros países, a Proteção Animal Mundial também tem empreendido esforços no Brasil e reestabelecido contatos com o trade turístico nacional. Como exemplo mais recente, no mês passado a equipe da ONG promoveu uma palestra e treinamento on-line de sensibilização para um grupo de 50 executivos e profissionais de diversas áreas da BWT Operadora.O encontro abordou o trabalho da Proteção Animal Mundial no Brasil e no mundo, exemplos de Turismo Responsável envolvendo animais de diferentes espécies (como golfinhos, elefantes, aves, grandes felinos e a fauna na região amazônica e pantaneira), uma exposição das diferenças do comportamento de animais na natureza e em cativeiro, além do estudo de alguns casos concretos do próprio catálogo da operadora para ajudar os profissionais a desenvolverem atenção e senso crítico na montagem dos pacotes.
“Temos um histórico de relacionamento que já vem pelo menos desde 2019. A BWT é uma empresa que tem se mostrado disposta a abraçar a preocupação com o bem-estar animal em suas práticas e na seleção dos fornecedores e atrativos que inclui nos produtos que oferta ao mercado”, relatou João Almeida.
“O treinamento com a Proteção Animal Mundial trouxe fôlego e engajamento ao nosso time para seguir no propósito das boas práticas no turismo animal. Estamos comprometidos com essa causa e já iniciamos um trabalho interno de conscientização com a criação de um Grupo de Trabalho para tratar do assunto”, informou Gabriel Cordeiro, gerente geral da BWT Operadora.
O diálogo tem envolvido ações como conscientização, aconselhamento, diagnóstico do portfólio e apoio na elaboração de diretrizes corporativas. Em 2020, por exemplo, a Proteção Animal Mundial ajudou a operadora na avaliação de produtos e experiências com elefantes na Tailândia, indicando fornecedores que possuem práticas responsáveis, como Following Giants e Chang Chill, e recomendando atenção quanto a alternativas desaconselháveis.
"A abordagem válida para toda a vida silvestre é sempre a observação respeitosa, dos animais vivendo livres na natureza. Isso visa garantir a segurança das pessoas, o bem-estar dos animais e proteger a saúde pública", comunicou a organização.
A Proteção Animal Mundial segue à disposição dos interessados para replicar o conteúdo da palestra dada à BWT e prestar assistência, seja para operadoras, agências ou associações que desejem começar ou aprimorar uma política de respeito aos animais.