Rodrigo Vieira   |   18/02/2021 13:03
Atualizada em 18/02/2021 13:21

E-Commerces batem recorde no Brasil, mas Turismo despenca

Enquanto 2020 foi o ano de maior tráfego on-line no País, sites de Turismo viram quedas substanciais


Sergey Nivens/Shutterstock
Setor de Turismo nos Brasil sofre em todas as frentes em decorrência da pandemia de covid-19
Setor de Turismo nos Brasil sofre em todas as frentes em decorrência da pandemia de covid-19

O ano de 2020 foi o mais importante da história do comércio eletrônico no Brasil. Com o consumidor em casa, devido às restrições de circulação atribuídas à pandemia, o e-commerce não apenas teve o patamar de acessos elevados como também teve uma intensa migração dos usuários de lojas físicas para as on-line. O Turismo, contudo, amarga uma realidade oposta, justamente por ser um bem de consumo que, na contramão da maioria dos produtos, exige que o consumidor saia de casa ao invés de receber a encomenda.

Os números do Relatório Setores do E-Commerce no Brasil, de autoria da agência digital Conversion, deixam claro: dos 15 setores analisados, 13 tiveram aumento de visitas entre o início e o final do ano, enquanto o Turismo teve uma queda de tráfego de 27% na comparação com o ano anterior. A maior queda apresentada. O outro setor que caiu foi "Infantil", declínio de 11%. No geral, o e-commerce registrou incremento de 34% nas visitas totais, impulsionado principalmente pelo aumento em Varejo (+39%) e Moda e Acessórios (+82%)


Reprodução/Relatório de E-Commerce (Conversion)
Fonte: Relatório Setores do E-Commerce no Brasil
Fonte: Relatório Setores do E-Commerce no Brasil

HURB É LÍDER EM TRÁFEGO
Para entregar os resultados, a Conversion analisa 14 portais de Viagens e Turismo, considerando OTAs, sites de milhas, lojas de passagens rodoviárias, plataformas de aluguel de casas e os sites das principais companhias aéreas.

Markus Winkler/ unsplash
A Hurb, que durante boa parte da pandemia lançou ofertas agressivas enquanto o setor se encontrava estagnado, liderou em tráfego. Em janeiro e fevereiro de 2020, pré-pandemia, a Hurb não tinha nem metade do tráfego de concorrentes como Booking e Decolar, mas a partir de abril alavancou sua audiência e superou, de longe, essas OTAs.


Reprodução/Relatório de E-Commerce (Conversion)
Fonte: Relatório Setores do E-Commerce no Brasil
Fonte: Relatório Setores do E-Commerce no Brasil

Reprodução/Relatório de E-Commerce (Conversion)
Fonte: Relatório Setores do E-Commerce no Brasil
Fonte: Relatório Setores do E-Commerce no Brasil

Entre os sites diretos das aéreas, a disputa entre Latam e Gol é parelha no pré-pandemia, com a primeira levando ligeira vantagem em acessos, realidade que se manteve após março, mas que a Gol inverteu a partir de junho. O voeazul.com.br, por sua vez, fica em terceiro durante praticamente o ano todo.

CVC.com.br (11ª colocação); Unidas (12ª), MaxMilhas (13ª) e ViajaNet (14ª) também foram analisados, mas não entraram no top 10 de tráfego.

JANEIRO DE 2021
Em janeiro deste ano, o cenário é basicamente o mesmo na comparação com o quadro de 2020. O comércio eletrônico registrou, no mês passado, 1,77 bilhão de acessos, o que marca um aumento de 25% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Uma efetiva alta no tráfego é comemorada por quase todos os setores, a maioria deles com dois dígitos de crescimento, mas o Turismo teve queda de 25,66% em comparação com janeiro de 2020. Apesar disso, o e-commerce de Viagens cresceu 3% no tráfego em comparação com o mês anterior (dez/20).

Reprodução/Relatório de E-Commerce (Conversion)
Fonte: Relatório Setores do E-Commerce no Brasil
Fonte: Relatório Setores do E-Commerce no Brasil

Hurb é o único portal de destaque no setor de Turismo na comparação janeiro/21 e janeiro/20: cresceu 281% no período comparativo e 532% entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2020.

Reprodução/Relatório de E-Commerce (Conversion)
Fonte: Relatório Setores do E-Commerce no Brasil
Fonte: Relatório Setores do E-Commerce no Brasil
Baixe o estudo completo clicando aqui.

CRITÉRIOS
Segundo a Conversion, o estudo:

- analisa o tráfego dos 200 maiores sites do Brasil, com um total de 15 categorias, sendo que para cada uma delas apresenta o mínimo de dez sites;

- Utiliza como fonte de dados plataformas de audiência, como SimilarWeb e SEMRush;

- Analisa os dados no início de cada mês, referente ao período anterior;

- Considera como sites de e-commerces aqueles predominantemente transacional e cuja intenção de acesso à home fosse inclinado à compra ou acesso de produto adquirido;

- Os dados de canais são referentes ao tráfego desktop pois esta é a informação disponível no SimilarWeb.

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