Rodrigo Vieira   |   15/07/2021 17:20
Atualizada em 15/07/2021 17:23

Retomada da hotelaria superará expectativas, prevê FOHB

De acordo com o FOHB, a vacinação é a responsável pela melhora, e o pior da crise já passou


Do Hotelhosteriaquellon.cl
Há motivos para otimismo na hotelaria, principalmente conforme avança a vacinação no País, aponta FOHB
Há motivos para otimismo na hotelaria, principalmente conforme avança a vacinação no País, aponta FOHB
A retomada da atividade hoteleira no Brasil deve ser muito mais rápida do que se imaginava no início da pandemia. Há motivos para otimismo, principalmente conforme avança a vacinação no País. É o que mostra o FOHB-Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil e outros relatórios.

Os dados mostram que o desempenho da hotelaria nacional este ano, com estatísticas sanitárias mais graves do que ano passado, está melhor. O número de UHs (unidades habitacionais) operando neste último mês de março foi de 76.527, contra menos de 22.000 em abril do ano passado.

A taxa média de ocupação dos hotéis associados ao FOHB foi de 23,16% em março deste ano, com Revpar de R$ 44,20, enquanto a taxa de ocupação média e revpar em maio de 2020 chegaram a 13,66% e R$25,47; respectivamente.

Isso tudo após um início de 2021 muito negativo no Brasil devido ao aumento de novos contágios e óbitos pela covid-19. Março foi registrado como o pior mês do ano, com 74.903 mortos - 100.158 contágios apenas no dia 25 de março- contra maio de 2020 em que 33.483 pessoas morreram, o mais dramático de 2020. O dia com maior notificações em 2020 foi 29 de julho com 46.393 novos casos.

NOVAS ABERTURAS CONTINUAM
Dados de um estudo do HotelInvest, em parceria com o FOHB - Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, mostram que o ritmo de novas aberturas não foi afetado.

Novos contratos foram assinados em 2020 atestando a confiança dos investidores no potencial do turismo nacional e sua rápida recuperação. O número atualizado de hotéis em desenvolvimento no Brasil perfaz hoje 147 projetos, totalizando R$ 6,1 bilhões investidos até 2025. Desses 21.906 novos quartos, 77% se concentram na região Sudeste, reforçando a aposta no mercado corporativo.

O PIOR JÁ PASSOU
“Observa-se, nesta amostra de 486 hotéis, que apesar das estatísticas de contaminação e óbitos por conta da covid-19 deste ano se mostrarem mais dramáticas que no ano passado, já se vê atualmente números melhores no desempenho da hotelaria nacional. É claro que ainda estão distantes do nível pré-pandêmico, mas podemos afirmar que o pior da crise hoteleira já passou", afirma o presidente executivo do FOHB, Orlando de Souza.

Divulgação
Orlando de Souza, presidente executivo do FOHB
Orlando de Souza, presidente executivo do FOHB
"Quando comparamos a diária média de julho de 2020 com março de 2021, observa-se um crescimento. Se no ano passado, no pior mês da pandemia, a diária média foi de R$ 186,46, neste ano, em março, ela subiu para R$190,82. Acreditamos que isso acontece por conta das campanhas de vacinação, pelos protocolos rígidos de biossegurança que os hotéis adotaram e também uma maior resiliência dos brasileiros, que conseguem se adaptar com mais facilidade às crises."

EXEMPLO DE FORA
"A retomada é inevitável. O Hemisfério Norte já celebra o verão e seus feriados, como nos Estados Unidos. A aceleração da vacinação permitiu a retomada do setor. Estamos indo bem, porém com demanda nacional – principalmente malha aérea -voltando no segundo semestre" explica o presidente do conselho do FOHB, Eduardo Giestas .

Divulgação Atlantica Hotels
Eduardo Giestas, presidente do conselho do FOHB
Eduardo Giestas, presidente do conselho do FOHB
"A recuperação dos mercados internacionais aponta um comportamento que deve se repetir no Brasil. A aceleração da vacinação na Europa, Ásia e Estados Unidos permitiu a retomada do Turismo, impulsionada, principalmente, pelo verão. No Brasil as viagens também voltarão a acontecer à medida que a vacinação atinja uma parcela maior da população. A expectativa é que a receita por quarto chegue a níveis pré-pandêmicos no final deste ano para todas as praças, exceto São Paulo e Rio de Janeiro - mercados que dependem do turismo corporativo internacional e de grandes eventos. Por outro lado, o turismo doméstico de lazer apresenta uma recuperação mais rápida. Com o câmbio desfavorável e a impossibilidade de viajar ao exterior, os viajantes brasileiros trocaram as viagens internacionais por destinos nacionais de lazer, como o Nordeste por exemplo. Esse comportamento deve continuar durante 2022.”

EXPERIÊNCIAS HÍBRIDAS
O FOHB- Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil identificou, além de novas fontes de receita, também o crescimento das experiências híbridas, chamadas de phygital experience. Os eventos ganharão maior relevância e audiência, com a utilização das salas nos hotéis somada a recursos tecnológicos. A pandemia obrigou um exercício severo mas importante na busca por otimização de recursos, gestão de custos e uma tendência crescente na conversão de hotéis, ou seja, propriedades independentes buscando integrar o portifólio das grandes redes.

A evolução mês a mês do setor pode ser acompanhada no site www.fohb.com.br .

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