79% dos hotéis e parques têm fôlego financeiro para apenas 2 meses
Falta de crédito é problema urgente para hotéis e parques; 79% têm folego para apenas dois meses
Pesquisa realizada com 298 representantes dos setores de hotéis, condo-hotéis, resorts e parques e atrações constatou que 79% das empresas têm folego financeiro curto (de 30 a 60 dias) para suportar a queda drástica de vendas ou mesmo a situação de faturamento zero causada pela crise da covid-19. Mais da metade das empresas não passaria do próximo mês, caso o governo federal não encontre uma forma dessas empresas terem acesso a linhas de crédito específicas para o setor, já que as disponíveis no mercado não beneficiam a Hotelaria, Viagens e Turismo.
Além de terem juros altos, as linhas de crédito disponíveis nos bancos privados não atendem o setor de Hotelaria e Turismo, por ser visto como de alto risco, já que teve suas operações paralisadas e deve ter uma retomada bem lenta.
“Estamos, todas as entidades que assinam essa pesquisa, unidas como nunca antes e fazendo um trabalho intenso junto a parlamentares, Ministério do Turismo, Ministério da Economia, governadores, pois a situação é bem crítica. Já são quase dois meses sem operações em muito empreendimentos e depois do início da pandemia as linhas de crédito sumiram para nosso setor”, conta a presidente executiva da Resorts Brasil, Ana Biselli.
Essa resistência à liberação de crédito nos vários perfis de instituições financeiras precisa ser combatida pelo governo, com uma medida exclusiva para o setor.
APOIO DO SENADO
O presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal, Izalci Lucas (PSDB-DF), em sessão ontem por videoconferência, fez um apelo aos colegas senadores para que ajudem o setor de Turismo. “Eles foram um dos mais afetados pela crise e estão sem fonte de receita e sem acesso a crédito. Faço um apelo aos senadores para que apoiem esse segmento no Ministério da Economia. O financiamento não chega na ponta e muitas demissões estão previstas”, disse o senador.
O advogado do Sindepat e da Resorts Brasil, Leonardo Volpatti, tem feito um trabalho em Brasília para mostrar a urgência desse acesso ao crédito e uma das argumentações foi essa pesquisa, encaminhada ontem ao Ministério da Economia. “Alguma medida vai sair, mas queremos mostrar que é preciso rapidez e urgência”, disse Volpatti.
DADOS DA PESQUISA
De acordo com a pesquisa encomendada pela Resorts Brasil, Unedestinos, ABIH, Fohb, FBHA, BLTA, Adibra e Sindepat, do montante necessário de crédito para salvar as empresas ouvidas, apenas 16% já foi liberado e apenas 24% das empresas pesquisadas conseguiram algum acesso a crédito.
As justificativas mais mencionadas para a não liberação de crédito pelas empresas pesquisadas foram: morosidade/burocracia na avaliação dos processos, falta de garantia real do empreendimento e o alto risco atribuído ao setor de Turismo.
Mais da metade das empresas pesquisadas, apesar de precisar de crédito (69% delas precisarão em menos de dois meses), ainda não encaminhou a solicitação às instituições financeiras. E 53% destas empresas afirmam ter dificuldade de oferecer uma garantia real.
Houve um anúncio por parte do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, de uma linha de R$ 5 bilhões, com garantia do Fungetur, mas essa MP ainda não saiu do papel, e está em negociação com o Ministério da Economia. Alguns players do setor acreditam que a Economia vai optar por uma medida transversal que inclua o Turismo, sem se atentar para as especificidades das empresas de hospedagem, entretenimento e Turismo em geral.
“Agora que a hotelaria se organizou e está falando uma só mensagem, vamos também articular com outras entidades, de agenciamento, por exemplo, para nos unirmos por uma solução para todo o Turismo”, continua Ana Biselli.
RAIO-X
Realizada no final de abril, a pesquisa das entidades de hotelaria e parques mostra ainda que:
58% dos respondentes eram micro e pequenas empresas;
65% são hotéis, 14% parques e atrações, 13% condo-hotéis e 8% resorts;
43% estão no Sudeste, 26% no Sul, 24% no Nordeste, 7% no Centro-Oeste e 1% no Norte;
44% dizem ter fôlego financeiro para menos de um mês, 35% de um a dois meses, 17% entre três e seis meses e 4% acima de seis meses;
69% das empresas que não solicitaram crédito ainda, irão precisar nos próximos dois meses, daí a urgência de uma solução para o setor;
Nos últimos 40 dias, 140 empresas, entre hotéis e parques, fizeram 206 solicitações de crédito e 51% obtiveram acesso mesmo que parcial a esse recurso, mas nenhuma empresa foi 100% atendida e 49% não tiveram acesso a linhas de financiamento;
66% obtiveram crédito de até R$ 500 mil;
Estima-se que a necessidade total de crédito dessas empresas é de R$ 772,8 milhões, mas apenas R$ 125,1 milhões foram obtidos, restando R$ 647,7 milhões a serem captados;
A média de aprovação é de apenas 30%. As cooperativas e os bancos públicos federais são os mais receptivos às solicitações do setor.
Além de terem juros altos, as linhas de crédito disponíveis nos bancos privados não atendem o setor de Hotelaria e Turismo, por ser visto como de alto risco, já que teve suas operações paralisadas e deve ter uma retomada bem lenta.
“Estamos, todas as entidades que assinam essa pesquisa, unidas como nunca antes e fazendo um trabalho intenso junto a parlamentares, Ministério do Turismo, Ministério da Economia, governadores, pois a situação é bem crítica. Já são quase dois meses sem operações em muito empreendimentos e depois do início da pandemia as linhas de crédito sumiram para nosso setor”, conta a presidente executiva da Resorts Brasil, Ana Biselli.
Essa resistência à liberação de crédito nos vários perfis de instituições financeiras precisa ser combatida pelo governo, com uma medida exclusiva para o setor.
APOIO DO SENADO
O presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal, Izalci Lucas (PSDB-DF), em sessão ontem por videoconferência, fez um apelo aos colegas senadores para que ajudem o setor de Turismo. “Eles foram um dos mais afetados pela crise e estão sem fonte de receita e sem acesso a crédito. Faço um apelo aos senadores para que apoiem esse segmento no Ministério da Economia. O financiamento não chega na ponta e muitas demissões estão previstas”, disse o senador.
O advogado do Sindepat e da Resorts Brasil, Leonardo Volpatti, tem feito um trabalho em Brasília para mostrar a urgência desse acesso ao crédito e uma das argumentações foi essa pesquisa, encaminhada ontem ao Ministério da Economia. “Alguma medida vai sair, mas queremos mostrar que é preciso rapidez e urgência”, disse Volpatti.
DADOS DA PESQUISA
De acordo com a pesquisa encomendada pela Resorts Brasil, Unedestinos, ABIH, Fohb, FBHA, BLTA, Adibra e Sindepat, do montante necessário de crédito para salvar as empresas ouvidas, apenas 16% já foi liberado e apenas 24% das empresas pesquisadas conseguiram algum acesso a crédito.
As justificativas mais mencionadas para a não liberação de crédito pelas empresas pesquisadas foram: morosidade/burocracia na avaliação dos processos, falta de garantia real do empreendimento e o alto risco atribuído ao setor de Turismo.
Mais da metade das empresas pesquisadas, apesar de precisar de crédito (69% delas precisarão em menos de dois meses), ainda não encaminhou a solicitação às instituições financeiras. E 53% destas empresas afirmam ter dificuldade de oferecer uma garantia real.
Houve um anúncio por parte do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, de uma linha de R$ 5 bilhões, com garantia do Fungetur, mas essa MP ainda não saiu do papel, e está em negociação com o Ministério da Economia. Alguns players do setor acreditam que a Economia vai optar por uma medida transversal que inclua o Turismo, sem se atentar para as especificidades das empresas de hospedagem, entretenimento e Turismo em geral.
“Agora que a hotelaria se organizou e está falando uma só mensagem, vamos também articular com outras entidades, de agenciamento, por exemplo, para nos unirmos por uma solução para todo o Turismo”, continua Ana Biselli.
RAIO-X
Realizada no final de abril, a pesquisa das entidades de hotelaria e parques mostra ainda que:
58% dos respondentes eram micro e pequenas empresas;
65% são hotéis, 14% parques e atrações, 13% condo-hotéis e 8% resorts;
43% estão no Sudeste, 26% no Sul, 24% no Nordeste, 7% no Centro-Oeste e 1% no Norte;
44% dizem ter fôlego financeiro para menos de um mês, 35% de um a dois meses, 17% entre três e seis meses e 4% acima de seis meses;
69% das empresas que não solicitaram crédito ainda, irão precisar nos próximos dois meses, daí a urgência de uma solução para o setor;
Nos últimos 40 dias, 140 empresas, entre hotéis e parques, fizeram 206 solicitações de crédito e 51% obtiveram acesso mesmo que parcial a esse recurso, mas nenhuma empresa foi 100% atendida e 49% não tiveram acesso a linhas de financiamento;
66% obtiveram crédito de até R$ 500 mil;
Estima-se que a necessidade total de crédito dessas empresas é de R$ 772,8 milhões, mas apenas R$ 125,1 milhões foram obtidos, restando R$ 647,7 milhões a serem captados;
A média de aprovação é de apenas 30%. As cooperativas e os bancos públicos federais são os mais receptivos às solicitações do setor.