SeaWorld investe na inclusão de pessoas com autismo
Grupo de parques promoveu em São Paulo um encontro de capacitação com influenciadores e especialistas, que explicaram o que é o autismo e os desafios no Turismo
A SeaWorld Parks & Entertainment promoveu hoje em São Paulo um debate sobre o autismo no Turismo. A ação faz parte de um trabalho de inclusão do grupo, após os parques Aquatica, Discovery Cove e SeaWorld Orlando receberem certificação em autismo, conforme as regras do Conselho Internacional de Padrões de Credenciamento e Educação Continuada (IBCCES).
O título foi concedido após treinamento, sensibilização e análise da experiência nos locais. O objetivo da empresa, além de preparar a sua equipe e as atrações, é incentivar a discussão sobre o tema na indústria de viagens. O SeaWorld Orlando, último parque a receber certificação, ganhou o título no mesmo período de inauguração da área temática da Vila Sésamo, que possui uma personagem com autismo, a Julia, e também do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril.
“Estamos orgulhosos por este encontro estar alinhado ao que os parques buscam, que é o entretenimento com propósito, conscientização e inclusão, envolvendo toda a indústria do Turismo. Queremos alertar sobre como a gente pode evoluir, começando quase do zero, na inclusão do autista, e o primeiro passo é a informação”, afirma a gerente de Relações Públicas do SeaWorld/Imaginadora, Marjori Schroeder.
O QUE É O AUTISMO
O painel didático explicou que o cérebro das pessoas que têm autismo processa as informações de maneira diferente e o diagnóstico revela se o nível de autismo é leve, moderado ou severo. Além disso, existe uma legislação específica com direitos, que muitas vezes não são garantidos, seja pela falta de informação ou despreparo das empresas. É importante ressaltar que o autista é considerado uma pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.
“Quando se pensa em autismo é importante entender que essas pessoas têm características diferentes dentro de um espectro e, quando passamos a entender essas características, conseguimos montar as adaptações. Estudos recentes revelam que há demanda deste público, pois a cada 59 pessoas em idade escolar, uma está no espectro do autismo. É um número muito grande”, explica a presidente do Instituto Nacional Saber Autismo, Maria Claudia Brito.
SOBRE O TURISMO
É fato que a indústria de viagens ainda precisa avançar muito em inclusão e acessibilidade, mas por onde começar? Um dos pontos principais, segundo as especialistas e mães que participaram do evento, é a capacitação, acompanhada de sensibilidade e tolerância. Em paralelo, é necessário que os espaços de entretenimento criem ambientes adaptados.
O Aquatica, por exemplo, oferece quiet rooms, que são espaços silenciosos. Dependendo do nível de autismo, pode haver transtornos sensoriais. Um barulho quase imperceptível, que não incomodaria boa parte das pessoas, pode prejudicar um autista nesse sentido, pelo excesso de informação. É importante levar em consideração a possível dificuldade na comunicação e interação social, algo que exige preparo desde as famílias, de acordo com o perfil da criança. É um desafio que precisa de engajamento tanto da iniciativa privada quanto de políticas públicas, no sentido mais amplo.
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