Hotelaria americana expõe cenário devastador ao presidente Trump
Hotelaria americana expõe cenário devastador, pois 4 milhões de empregos devem ser perdidos de imediato
Em reunião com o presidente americano, Donald Trump, ontem, na Casa Branca, as principais lideranças hoteleiras dos Estados Unidos voltaram a pedir e sugerir medidas urgentes para salvar o setor, incluindo milhões de funcionários e 33 mil pequenas empresas. As informações são do site eturbonews. Muitos hotéis devem fechar as portas esta semana devido à crise, que jogou as taxas de ocupação para menos de 20% em destinos como Seattle, São Francisco, Austin e Boston. A hotelaria é responsável por 1 em cada 25 empregos no país e muitas redes e hotéis já estão dispensando seus colaboradores.
Quatro milhões de empregos já foram cortados ou o serão nas próximas duas semanas, segundo levantamento da American Hotel & Lodging Association (AHLA).
Segundo o presidente da AHLA, Chip Rogers, a crise atual não tem precedentes, e as consequências estão sendo piores que as crises de 11 de setembro e 2008 juntas. Por isso, a Casa Branca e o Congresso estão sendo pressionados a agirem com urgência. Mais da metade dos hotéis americanos são franquias ou pequenos negócios.
A AHLA deu o exemplo da rede Pebblebrook, com 54 hotéis, 13 mil quartos e 8 mil empregados, 4 mil dos quais ele já dispensou, e prevê mais 2 mil demissões nos próximos meses, chegando a três quartos do total. Algumas unidades terão de ser fechadas.
De acordo com estudo da Oxford Economic, um declínio de 30% na ocupação hoteleira americana resultaria em uma perda de quatro milhões de empregos, um impacto de US$ 300 bilhões no PIB (metade da contribuição em um ano normal), com US$ 180 bilhões em salários.
A prioridade das redes e hotéis independentes é reter e recontratar funcionários e não fechar hotéis. Para isso, precisam de empréstimos sem juros e acesso a liquidez imediata.
LÍDERES
O presidente e CEO da Best Western Hotels & Resorts, David Kong, destacou que a maioria de seus hotéis é de propriedade ou é gerenciada por famílias que cresceram nesse negócio. “Seus hotéis são o legado de suas famílias e seus futuros. Muitos estão sendo obrigados a fechar as portas sem a garantia de quando e como poderão reabrir”.
Para Pat Pacious, presidente e CEO da Choice Hotels International, enquanto as redes estão agindo para apoiar os franqueados, o governo precisa ajudar a minimizar o impacto e a disrupção nas vidas dos donos de pequenos negócios, além de estabilizar a economia nesses tempos sem precedentes.
O presidente e CEO da Hilton, Christopher Nassetta, disse que em 100 anos o grupo nunca viu algo parecido. Ele reforçou que 80% dos hotéis da rede são franquias com menos de 50 colaboradores, que precisam continuar com seus negócios viáveis, para serem parte da recuperação pós-crise.
O presidente da Hyatt, Mark Hoplamazian, disse que nessa indústria o sucesso depende da paixão e dedicação dos funcionários, por isso a necessidade de proteger esses colaboradores, dos pontos de vista financeiro e de saúde, para que todos possam retornar com toda a força após a crise.
Elie Maalouf, CEO Americas do Intercontinental Hotels Group, falou do compromisso da indústria em manter empregos e a segurança de todos, e o futuro retorno à normalidade, e pediu que o governo federal se engaje nesse problema e continue a discussão sobre como ajudar o setor nos próximos dias.
Arne Sorenson, da Marriott, também pediu o apoio do governo para que as redes ajudem seus parceiros franqueados, a maioria pequenos negócios.
James Murren, da MGM Resorts, destacou a rapidez com que a indústria hoteleira foi de algo vibrante e hospitaleiro para o completo fechamento dos negócios. A própria MGM suspendeu as operações, mas sabe que isso vai custar milhares de empregos e negócios. E afirmou que a indústria de jogos e hotéis de Las Vegas quer estar pronta para abrir as portas assim que a crise terminar.