Setor de eventos agoniza no Rio Grande do Norte
Número de empregos gerados pela indústria não está catalogado, mas muitos profissionais estão sem trabalho
O presidente do Natal Convention Bureau, George Gosson, integra um grupo de líderes classistas que tem se reunido quase diariamente com os principais gestores públicos do Rio Grande do Norte, como o presidente da Câmara Municipal de Natal, o presidente da Assembleia Legislativa, prefeitos e governadora do RN. À mesa, um possível naufrágio do Turismo potiguar, cuja maré não está para visitantes. O barco está à deriva e os timoneiros vislumbram horizontes distantes. O momento é delicado e a insatisfação é geral.
As reivindicações congregam todas as categorias que fazem o Turismo do Rio Grande do Norte. O pedido de socorro é uníssono. No final de semana passado, a estratégica campanha "Salve o Turismo" inundou as redes sociais e a mídia espontânea do RN, alertando para a crise que se agrava sobretudo em setores como o de eventos, hotelaria, restaurantes e bares.
Hoteleiro e proprietário dos dois maiores espaços privados para eventos em Natal (Praiamar e Holiday Inn), Gosson se declara de "coração partido" com a situação, sobretudo, dos funcionários que trabalham na produção de eventos, setor praticamente paralisado há 14 meses. Contudo, ele mantém aparente otimismo quanto a uma breve retomada, assim como considera satisfatória a primeira etapa do Plano Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), do Governo Federal.
O Natal Convention reúne atualmente 62 mantenedores, entre hotéis, restaurantes, empresas organizadoras de eventos, locadoras de equipamentos, agências de viagens e de receptivo. Já foram quase 100 associados e sede com funcionários atuantes e sala de reuniões. Atualmente, a entidade adota o home office com poucos colaboradores.
"Algumas empresas do setor de eventos pararam totalmente de trabalhar nessa pandemia, mas não tenho notícias de fechamento definitivo. Houve também pedidos de afastamento temporário do Natal Convention", confirma o presidente da entidade.
EMPREGOS
O número de empregos gerados direta e indiretamente pelo setor de eventos no Rio Grande do Norte, assim como o percentual de perdas no segmento, não está devidamente catalogado. Mas, nitidamente, é muito alto. Gosson comenta que não há um levantamento detalhado do setor. Ele lembra que há empregos formais, informais, microempresas individuais (MEIs) e até funcionários intermitentes, que têm vínculo mas podem estar sem trabalhar e sem receber há um ano.
"Seria preciso um amplo levantamento para avaliar as perdas de emprego. Não arriscaria um palpite, mas a realidade é dura. Os fornecedores que montam estandes, iluminação e uma série de detalhes que viabilizam os eventos atravessam um momento muito triste. A crise vai de empresas de pequeno porte a companhias mesmo consolidadas no mercado. Os governos ajudam muito pouco. Dão aspirina a um doente terminal", enfatiza.
PERSE
Ainda segundo ele, o Perse foi muito bem-vindo pelo empresariado no Rio Grande do Norte. "Traz um melhor acesso ao crédito, com vinculação de 20% do Pronampe para o setor de eventos. Não custa lembrar que as micro e pequenas empresas são a grande maioria do setor de eventos, uma fonte de financiamento a juros baixos dá oxigênio, sobretudo com o acesso ao crédito sem grandes garantias reais. Houve avanço no Perse nessa parte de crédito, assim como na negociação das dívidas tributárias e não tributárias, incluindo o FGTS, com prazo de até 145 meses para quitação.”
O presidente do Natal Convention lamenta, porém, que a tão esperada redução de impostos teve o veto do presidente Jair Bolsonaro. Mas ele acredita que ainda virão boas notícias para o setor de eventos. "O ministro Paulo Guedes informou recentemente que está elaborando uma Medida Provisória com redução de impostos para o setor de eventos. Vamos torcer e aguardar", comenta.
RETOMADA
Os eventos tendem a voltar lentamente no Rio Grande do Norte, segundo Gosson. "Os híbridos serão a tônica, mas a retomada de eventos de menor porte deverá se dar ainda este ano. A tendência dos decretos é aumentar gradualmente a capacidade máxima de participantes. Com a vacinação aumentando, haverá uma vontade natural das pessoas voltarem a se reunir e se atualizarem profissionalmente em congressos e seminários. Creio que em 2022 os grandes eventos voltem a acontecer", acredita.
A biossegurança, para o dirigente, é primordial no processo de retomada. "Com a definição dos protocolos no segundo semestre do ano passado, tivemos a certeza de que é possível fazer eventos com segurança, com espaços reduzidos a 25%, devido aos distanciamentos de 1,5 ou 2 metros. O controle do acesso tende a ser bem mais rigoroso e permite o rastreamento dos participantes. Identifica quem entrou, com quem o congressista esteve. Em novembro houve um evento do setor de Turismo no Centro de Convenções de Natal com estandes, auditório e todas as regras rigidamente cumpridas. Uma prova de que dá certo, sim. Com muito controle", observa.
Ainda segundo Gosson, as palestras em auditórios se parecem muito com a realidade dos protocolos em templos religiosos. "É só trocar o padre ou o pastor pelo palestrante. É a mesma coisa. Espaçamento e distanciamento sempre. Não faço essa comparação na essência da atividade religiosa. A análise é do ponto de vista científico", esclarece George Gosson.
As reivindicações congregam todas as categorias que fazem o Turismo do Rio Grande do Norte. O pedido de socorro é uníssono. No final de semana passado, a estratégica campanha "Salve o Turismo" inundou as redes sociais e a mídia espontânea do RN, alertando para a crise que se agrava sobretudo em setores como o de eventos, hotelaria, restaurantes e bares.
Hoteleiro e proprietário dos dois maiores espaços privados para eventos em Natal (Praiamar e Holiday Inn), Gosson se declara de "coração partido" com a situação, sobretudo, dos funcionários que trabalham na produção de eventos, setor praticamente paralisado há 14 meses. Contudo, ele mantém aparente otimismo quanto a uma breve retomada, assim como considera satisfatória a primeira etapa do Plano Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), do Governo Federal.
O Natal Convention reúne atualmente 62 mantenedores, entre hotéis, restaurantes, empresas organizadoras de eventos, locadoras de equipamentos, agências de viagens e de receptivo. Já foram quase 100 associados e sede com funcionários atuantes e sala de reuniões. Atualmente, a entidade adota o home office com poucos colaboradores.
"Algumas empresas do setor de eventos pararam totalmente de trabalhar nessa pandemia, mas não tenho notícias de fechamento definitivo. Houve também pedidos de afastamento temporário do Natal Convention", confirma o presidente da entidade.
EMPREGOS
O número de empregos gerados direta e indiretamente pelo setor de eventos no Rio Grande do Norte, assim como o percentual de perdas no segmento, não está devidamente catalogado. Mas, nitidamente, é muito alto. Gosson comenta que não há um levantamento detalhado do setor. Ele lembra que há empregos formais, informais, microempresas individuais (MEIs) e até funcionários intermitentes, que têm vínculo mas podem estar sem trabalhar e sem receber há um ano.
"Seria preciso um amplo levantamento para avaliar as perdas de emprego. Não arriscaria um palpite, mas a realidade é dura. Os fornecedores que montam estandes, iluminação e uma série de detalhes que viabilizam os eventos atravessam um momento muito triste. A crise vai de empresas de pequeno porte a companhias mesmo consolidadas no mercado. Os governos ajudam muito pouco. Dão aspirina a um doente terminal", enfatiza.
PERSE
Ainda segundo ele, o Perse foi muito bem-vindo pelo empresariado no Rio Grande do Norte. "Traz um melhor acesso ao crédito, com vinculação de 20% do Pronampe para o setor de eventos. Não custa lembrar que as micro e pequenas empresas são a grande maioria do setor de eventos, uma fonte de financiamento a juros baixos dá oxigênio, sobretudo com o acesso ao crédito sem grandes garantias reais. Houve avanço no Perse nessa parte de crédito, assim como na negociação das dívidas tributárias e não tributárias, incluindo o FGTS, com prazo de até 145 meses para quitação.”
O presidente do Natal Convention lamenta, porém, que a tão esperada redução de impostos teve o veto do presidente Jair Bolsonaro. Mas ele acredita que ainda virão boas notícias para o setor de eventos. "O ministro Paulo Guedes informou recentemente que está elaborando uma Medida Provisória com redução de impostos para o setor de eventos. Vamos torcer e aguardar", comenta.
RETOMADA
Os eventos tendem a voltar lentamente no Rio Grande do Norte, segundo Gosson. "Os híbridos serão a tônica, mas a retomada de eventos de menor porte deverá se dar ainda este ano. A tendência dos decretos é aumentar gradualmente a capacidade máxima de participantes. Com a vacinação aumentando, haverá uma vontade natural das pessoas voltarem a se reunir e se atualizarem profissionalmente em congressos e seminários. Creio que em 2022 os grandes eventos voltem a acontecer", acredita.
A biossegurança, para o dirigente, é primordial no processo de retomada. "Com a definição dos protocolos no segundo semestre do ano passado, tivemos a certeza de que é possível fazer eventos com segurança, com espaços reduzidos a 25%, devido aos distanciamentos de 1,5 ou 2 metros. O controle do acesso tende a ser bem mais rigoroso e permite o rastreamento dos participantes. Identifica quem entrou, com quem o congressista esteve. Em novembro houve um evento do setor de Turismo no Centro de Convenções de Natal com estandes, auditório e todas as regras rigidamente cumpridas. Uma prova de que dá certo, sim. Com muito controle", observa.
Ainda segundo Gosson, as palestras em auditórios se parecem muito com a realidade dos protocolos em templos religiosos. "É só trocar o padre ou o pastor pelo palestrante. É a mesma coisa. Espaçamento e distanciamento sempre. Não faço essa comparação na essência da atividade religiosa. A análise é do ponto de vista científico", esclarece George Gosson.