CEO da MSC analisa volta dos cruzeiros e mantém planos de expansão
CEO da companhia, Gianni Onorato falou com exclusividade ao Portal PANROTAS
O CEO da MSC Cruzeiros, Gianni Onorato, falou com exclusividade ao Portal PANROTAS sobre a retomada dos cruzeiros na Europa e a expectativa para os próximos meses, incluindo a temporada brasileira, os investimentos da empresa no mundo e a transformação da indústria devido à pandemia.
A companhia está na fase final de aprovação dos protocolos na América do Sul, para início da temporada em novembro, e Onorato destaca que a empresa foi além do que exigem as autoridades e virou referência mundial na implantação de medidas de segurança e saúde.
Onorato deu detalhes dos primeiros testes realizados em hóspedes nos portos, antes do embarque, e citou exemplos de como a companhia reagiu quando houve teste positivo ou quando algum hóspede não cumpriu as determinações de segurança.
“O nosso protocolo demonstrou, creio eu, que a nossa indústria está mostrando o caminho para todo o setor de lazer e do Turismo e espero, sinceramente, que os nossos procedimentos rigorosos contribuam para uma retomada mais ampla dos navios de cruzeiro ao mar”, diz ele.
“É difícil prever como pode ser o futuro com a esperada vacina para covid-19 porque as “regras de compromisso” em relação à saúde e segurança serão estabelecidas pelas autoridades nacionais e locais, mas já demonstramos, em minha mente, que não somente a MSC Cruzeiros adere a quaisquer padrões que sejam colocados à nossa frente, mas também procuraremos excedê-los, se necessário.”
EXPANSÃO GARANTIDA
O CEO da companhia também confirmou que o plano de expansão da MSC está mantido. “Nosso novo programa de expansão não foi alterado e nosso plano atualmente prevê que todos os nossos 17 navios, mais o MSC Virtuosa e o MSC Seashore, ambos atualmente em construção em estaleiros europeus, estarão prontos para receber hóspedes durante a temporada do verão no hemisfério norte em 2021. Também confirmamos todos os nossos outros pedidos existentes; nossos dois primeiros navios World Class movidos a gás natural liquefeito (GNL), bem como um quinto navio da classe Meraviglia (Plus), também movido a GNL, para um total de cinco novos navios a serem entregues até 2024”, disse ele, que finalizou com um recado aos agentes de viagens: “os agentes de viagens são um canal de distribuição vital para nós agora e continuarão a ser no futuro”.
Confira abaixo um resumo da entrevista e leia a íntegra na Revista PANROTAS.
PORTAL PANROTAS – A MSC Cruzeiros já retomou os cruzeiros no Mediterrâneo, com todos os protocolos e restrições, também com capacidade limitada e restrita a residentes de países do Espaço Schengen. Como foi a experiência nas primeiras viagens em termos da experiência do passageiro?
GIANNI ONORATO – O feedback entre os milhares de hóspedes que navegaram até agora desde que reiniciamos nossas operações no Mediterrâneo foi extremamente positivo. Fundamentalmente, todos se sentiram seguros, o que os ajudou a relaxar e aproveitar suas férias da maneira que todos deveriam poder fazer. A resposta dos hóspedes foi imediata em elogiar nossa disposição de ir além das diretrizes definidas pelas autoridades nacionais e regionais para proteger sua saúde e segurança.
O que encontraram a bordo foi entretenimento de primeira classe, excelentes opções gastronômicas, muitas coisas boas para fazer e a possibilidade de visitar belas atrações em terra em uma "bolha social", mas tudo de maneira segura, bem administrada e protegida. E muitos acrescentaram que se sentiram muito mais confortáveis e seguros do que se estivessem, digamos, em um hotel ou resort onde outros hóspedes não foram testados para covid-19, enquanto a bordo de nosso navio todos os hóspedes e tripulantes foram testados antes de poderem embarcar.
Acredito que o nosso retorno ao mar no Mediterrâneo foi, entre outras coisas, um passo simbólico para a reabertura mais ampla da indústria de cruzeiros, mostrando um caminho para um possível retorno à operação também em outras regiões, agora que nosso protocolo mostrou que isso pode ser feito de forma segura - e, de fato, que o cruzeiro pode ser uma das opções de férias mais seguras à disposição dos consumidores. Na verdade, as medidas implementadas por meio do nosso protocolo são únicas e não estão disponíveis em nenhum outro setor de Viagens e Turismo.
PP – Algum passageiro foi proibido de embarcar por motivos de saúde?
ONORATO – Um hóspede francês testou positivo em ambos os nossos testes para covid-19 - primeiro um teste de antígeno e depois um teste molecular RT-PCR secundário - e como ele viajou para a Itália em um mini ônibus com outros 14 hóspedes como parte de sua 'bolha social', o embarque foi negado a todos eles.
Um pequeno número de hóspedes em nosso primeiro cruzeiro - cerca de 1% – teve resultado positivo durante os primeiros testes swab de antígeno e em todos os casos eles foram mantidos em uma área isolada do terminal. Todos eles testaram negativo durante o processo de triagem secundário quando realizamos os testes moleculares RT-PCR.
É importante acrescentar que as pessoas geralmente só fazem o teste em terra (em suas cidades) se sentirem que foram expostas a, ou estão sofrendo de sintomas, de covid-19. Mesmo assim, apenas cerca de 6% na maioria dos países testam positivo.
Os nossos hóspedes têm o cuidado de reservar um cruzeiro se sentem que estão saudáveis para viajar, e a idade média dos nossos viajantes é de 43 anos. Portanto, não estou surpreso com os números que estamos vendo quando se trata de hóspedes que planejam embarcar em nosso navio.
Também tivemos uma família que descumpriu os parâmetros de nosso rigoroso e robusto protocolo durante o primeiro cruzeiro na ilha de Capri, na costa oeste italiana. Eles deixaram nossa excursão guiada, apesar de conhecerem as regras que estabelecem que todos em uma excursão em terra devem permanecer juntos em uma "bolha social" protegida para garantir seu bem-estar e das comunidades que visitam.
Não perdemos tempo em encerrar o cruzeiro da família naquele momento e eles não foram autorizados a retornar ao navio com o restante do grupo. Esta decisão foi recebida com o apoio sincero de todos os outros hóspedes do cruzeiro.
PP – E quanto às operações do cruzeiro? Todas as atividades programadas ocorreram conforme planejado? Refeições e excursões tiveram resultados satisfatórios?
ONORATO – A atmosfera em todas as viagens até agora tem sido muito descontraída e nossos tripulantes estão à disposição para garantir que as regras do protocolo sejam devidamente aplicadas sem desviar a atenção do ambiente agradável, mas também para fornecer um serviço de primeira linha ao hóspede. As refeições funcionaram muito bem. Nossos restaurantes de especialidade têm sido muito populares e mantemos o serviço de buffet, mas com um toque diferente.
Em vez do método tradicional de self-service, os hóspedes selecionam o que desejam, e a comida é servida e entregue a eles para levarem de volta à mesa para garantir o mais alto nível de saúde e higiene.
O novo sistema do buffet tem sido ótimo, e recebemos muitos comentários positivos dos hóspedes, muitos dizendo que preferiam o novo sistema e acharam ser mais eficiente.
Em suma, os hóspedes tinham todas as instalações e serviços tradicionais a bordo que normalmente estão disponíveis, mas em um ambiente muito mais espaçoso do que o normal, como resultado da capacidade reduzida, que para alguns foi um destaque de sua experiência de cruzeiro do “novo normal”.
Em suma, conseguimos manter um ambiente descontraído e agradável para os nossos hóspedes, que é notavelmente próximo da experiência pré-covid 19.
Naturalmente, existem diferenças a bordo. Implementamos medidas elevadas de higienização e limpeza em todo o navio, mas provavelmente a principal diferença para os hóspedes é a necessidade do distanciamento social e uso de máscaras quando isso não é possível. É algo a que todos nós agora nos acostumamos em nosso dia-a-dia.
PP – Como o senhor vê a evolução dessa retomada dos cruzeiros? Mais nacionalidades e portos serão incluídos? Qual é o cronograma projetado para trazer de volta todos os navios da frota da MSC em sua capacidade total?
ONORATO – Atualmente, há uma série de discussões em andamento com autoridades e portos em muitos dos países nos quais operamos historicamente. Isso envolve principalmente compartilhar, explicar e discutir nosso protocolo existente. Assim que tivermos a aprovação do protocolo operacional da empresa em um país ou região específica, assim como fizemos no Mediterrâneo com aprovações da Itália, Grécia e Malta, planejamos trazer gradualmente mais navios de volta ao mar nos próximos meses.
Estamos esperançosos que, esse programa em fases fará com que todos os nossos navios voltem a operar entre o final deste ano e o verão do hemisfério norte em 2021.
PP – Como essa crise mudará os planos de sua frota e também como afetará os destinos que escolhidos?
ONORATO – Já demonstramos que com um protocolo de saúde e segurança rigoroso, robusto e eficaz, podemos agir com confiança. Nossas reservas futuras indicam que há uma demanda para nossos cruzeiros e nossos planos para o futuro permanecem os mesmos. Nosso novo programa de expansão não foi alterado e nosso plano atualmente prevê que todos os nossos 17 navios, mais o MSC Virtuosa e o MSC Seashore, ambos atualmente em construção em estaleiros europeus, estarão de volta ao serviço e prontos para receber hóspedes durante a temporada do verão no hemisfério norte em 2021.
Também confirmamos todos os nossos outros pedidos existentes; nossos dois primeiros navios World Class movidos a gás natural liquefeito (GNL), bem como um quinto navio da classe Meraviglia (Plus), também movido a GNL, para um total de cinco novos navios a serem entregues até 2024.
PP – Como avalia a situação na América do Sul, principalmente no Brasil e na Argentina?
ONORATO – Nós continuamos comprometidos e trabalhando com as autoridades responsáveis e competentes no Brasil - incluindo a Anvisa, o Ministério da Saúde, o Ministério da Infraestrutura, o Ministério do Turismo, a Embratur, a Casa Civil, além de outras autoridades estaduais e municipais relevantes, e também na Argentina e no Uruguai, sobre nossa proposta de retorno à operação na América do Sul, após o reinício das operações em meados de agosto no Mediterrâneo, quando introduzimos nosso novo protocolo proprietário, abrangente de saúde e segurança para apoiar a retomada de nosso mais novo navio, o MSC Grandiosa.
O protocolo foi enviado e apresentado às autoridades responsáveis da América do Sul durante a segunda quinzena de julho e, desde então, temos continuado a trabalhar progressivamente com elas, bem como com portos e destinos onde esperamos operar durante a temporada 2020/21 da América do Sul.
Em termos de avaliação da situação na América do Sul, um aspecto da indústria que acredito que poderemos ver é o “cruzeiro local”. É aqui que - na fase atual - você verá cruzeiros do Brasil apenas com brasileiros a bordo, cruzeiros europeus levando hóspedes europeus e talvez o mesmo com a África do Sul e seus cidadãos.
Numa fase sucessiva, este mesmo modelo – de cruzeiro local - poderá também aplicar-se a outros mercados, inclusive nos Estados Unidos - quando chegar o momento certo de reiniciar as operações também nesse mercado, em linha com as orientações dos Centros de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) e outras autoridades relevantes de lá.
O nosso protocolo demonstrou, creio eu, que a nossa indústria está mostrando o caminho para todo o setor de lazer e do turismo e espero, sinceramente, que os nossos procedimentos rigorosos contribuam para uma retomada mais ampla dos navios de cruzeiro ao mar.
A América do Sul é, e sempre será, um mercado importante para nós. Há muito tempo que somos líderes de mercado na região e temos toda a intenção de continuar assim no futuro.
Nosso compromisso com a América do Sul é inabalável. Há um grande potencial no continente e vejo oportunidades para continuarmos a expandir nossos negócios na região nos próximos anos, contribuindo também com o desenvolvimento econômico na América do Sul. Mas, neste momento, nosso foco é obter a aprovação de todas as autoridades responsáveis no Brasil, Argentina e Uruguai do nosso protocolo operacional, para que possamos reiniciar nosso programa de cruzeiros em novembro de uma maneira segura e protegida.
PP – Qual será o papel dos agentes de viagens nos próximos anos e como eles podem fazer a diferença na indústria de cruzeiros e no auxílio aos seus clientes com as melhores opções de viagens?
ONORATO – A grande maioria dos cruzeiros de férias - cerca de 80% (no Brasil mais de 90%) - são adquiridos por meio de nossa extensa rede internacional de agências de viagens parceiras, portanto, elas são de grande importância para nós e continuarão sendo no futuro. Trabalhamos muito com eles ao longo dos últimos tempos desafiadores para prepará-los para quando estivéssemos prontos para retornar ao mar.
O feedback que recebemos da comunidade de agências, bem como o contato direto dos próprios turistas, nos dá a confiança de que há demanda e a vontade de se fazer um cruzeiro.
Sabemos que este é um momento difícil para nossos parceiros agentes de viagens e estamos nisso juntos.
As agências de viagens tiveram que se adaptar e responder à crise de saúde, assim como nós. Entendemos que era fundamental para nós ajudar a proteger seus negócios da melhor maneira possível, especialmente protegendo a comissão sobre reservas existentes e futuras. Os agentes de viagens são um canal de distribuição vital para nós agora e continuarão a ser no futuro.
LEIA A ENTREVISTA COMPLETA ABAIXO
A companhia está na fase final de aprovação dos protocolos na América do Sul, para início da temporada em novembro, e Onorato destaca que a empresa foi além do que exigem as autoridades e virou referência mundial na implantação de medidas de segurança e saúde.
Onorato deu detalhes dos primeiros testes realizados em hóspedes nos portos, antes do embarque, e citou exemplos de como a companhia reagiu quando houve teste positivo ou quando algum hóspede não cumpriu as determinações de segurança.
“O nosso protocolo demonstrou, creio eu, que a nossa indústria está mostrando o caminho para todo o setor de lazer e do Turismo e espero, sinceramente, que os nossos procedimentos rigorosos contribuam para uma retomada mais ampla dos navios de cruzeiro ao mar”, diz ele.
“É difícil prever como pode ser o futuro com a esperada vacina para covid-19 porque as “regras de compromisso” em relação à saúde e segurança serão estabelecidas pelas autoridades nacionais e locais, mas já demonstramos, em minha mente, que não somente a MSC Cruzeiros adere a quaisquer padrões que sejam colocados à nossa frente, mas também procuraremos excedê-los, se necessário.”
EXPANSÃO GARANTIDA
O CEO da companhia também confirmou que o plano de expansão da MSC está mantido. “Nosso novo programa de expansão não foi alterado e nosso plano atualmente prevê que todos os nossos 17 navios, mais o MSC Virtuosa e o MSC Seashore, ambos atualmente em construção em estaleiros europeus, estarão prontos para receber hóspedes durante a temporada do verão no hemisfério norte em 2021. Também confirmamos todos os nossos outros pedidos existentes; nossos dois primeiros navios World Class movidos a gás natural liquefeito (GNL), bem como um quinto navio da classe Meraviglia (Plus), também movido a GNL, para um total de cinco novos navios a serem entregues até 2024”, disse ele, que finalizou com um recado aos agentes de viagens: “os agentes de viagens são um canal de distribuição vital para nós agora e continuarão a ser no futuro”.
Confira abaixo um resumo da entrevista e leia a íntegra na Revista PANROTAS.
PORTAL PANROTAS – A MSC Cruzeiros já retomou os cruzeiros no Mediterrâneo, com todos os protocolos e restrições, também com capacidade limitada e restrita a residentes de países do Espaço Schengen. Como foi a experiência nas primeiras viagens em termos da experiência do passageiro?
GIANNI ONORATO – O feedback entre os milhares de hóspedes que navegaram até agora desde que reiniciamos nossas operações no Mediterrâneo foi extremamente positivo. Fundamentalmente, todos se sentiram seguros, o que os ajudou a relaxar e aproveitar suas férias da maneira que todos deveriam poder fazer. A resposta dos hóspedes foi imediata em elogiar nossa disposição de ir além das diretrizes definidas pelas autoridades nacionais e regionais para proteger sua saúde e segurança.
O que encontraram a bordo foi entretenimento de primeira classe, excelentes opções gastronômicas, muitas coisas boas para fazer e a possibilidade de visitar belas atrações em terra em uma "bolha social", mas tudo de maneira segura, bem administrada e protegida. E muitos acrescentaram que se sentiram muito mais confortáveis e seguros do que se estivessem, digamos, em um hotel ou resort onde outros hóspedes não foram testados para covid-19, enquanto a bordo de nosso navio todos os hóspedes e tripulantes foram testados antes de poderem embarcar.
Acredito que o nosso retorno ao mar no Mediterrâneo foi, entre outras coisas, um passo simbólico para a reabertura mais ampla da indústria de cruzeiros, mostrando um caminho para um possível retorno à operação também em outras regiões, agora que nosso protocolo mostrou que isso pode ser feito de forma segura - e, de fato, que o cruzeiro pode ser uma das opções de férias mais seguras à disposição dos consumidores. Na verdade, as medidas implementadas por meio do nosso protocolo são únicas e não estão disponíveis em nenhum outro setor de Viagens e Turismo.
PP – Algum passageiro foi proibido de embarcar por motivos de saúde?
ONORATO – Um hóspede francês testou positivo em ambos os nossos testes para covid-19 - primeiro um teste de antígeno e depois um teste molecular RT-PCR secundário - e como ele viajou para a Itália em um mini ônibus com outros 14 hóspedes como parte de sua 'bolha social', o embarque foi negado a todos eles.
Um pequeno número de hóspedes em nosso primeiro cruzeiro - cerca de 1% – teve resultado positivo durante os primeiros testes swab de antígeno e em todos os casos eles foram mantidos em uma área isolada do terminal. Todos eles testaram negativo durante o processo de triagem secundário quando realizamos os testes moleculares RT-PCR.
É importante acrescentar que as pessoas geralmente só fazem o teste em terra (em suas cidades) se sentirem que foram expostas a, ou estão sofrendo de sintomas, de covid-19. Mesmo assim, apenas cerca de 6% na maioria dos países testam positivo.
Os nossos hóspedes têm o cuidado de reservar um cruzeiro se sentem que estão saudáveis para viajar, e a idade média dos nossos viajantes é de 43 anos. Portanto, não estou surpreso com os números que estamos vendo quando se trata de hóspedes que planejam embarcar em nosso navio.
Também tivemos uma família que descumpriu os parâmetros de nosso rigoroso e robusto protocolo durante o primeiro cruzeiro na ilha de Capri, na costa oeste italiana. Eles deixaram nossa excursão guiada, apesar de conhecerem as regras que estabelecem que todos em uma excursão em terra devem permanecer juntos em uma "bolha social" protegida para garantir seu bem-estar e das comunidades que visitam.
Não perdemos tempo em encerrar o cruzeiro da família naquele momento e eles não foram autorizados a retornar ao navio com o restante do grupo. Esta decisão foi recebida com o apoio sincero de todos os outros hóspedes do cruzeiro.
PP – E quanto às operações do cruzeiro? Todas as atividades programadas ocorreram conforme planejado? Refeições e excursões tiveram resultados satisfatórios?
ONORATO – A atmosfera em todas as viagens até agora tem sido muito descontraída e nossos tripulantes estão à disposição para garantir que as regras do protocolo sejam devidamente aplicadas sem desviar a atenção do ambiente agradável, mas também para fornecer um serviço de primeira linha ao hóspede. As refeições funcionaram muito bem. Nossos restaurantes de especialidade têm sido muito populares e mantemos o serviço de buffet, mas com um toque diferente.
Em vez do método tradicional de self-service, os hóspedes selecionam o que desejam, e a comida é servida e entregue a eles para levarem de volta à mesa para garantir o mais alto nível de saúde e higiene.
O novo sistema do buffet tem sido ótimo, e recebemos muitos comentários positivos dos hóspedes, muitos dizendo que preferiam o novo sistema e acharam ser mais eficiente.
Em suma, os hóspedes tinham todas as instalações e serviços tradicionais a bordo que normalmente estão disponíveis, mas em um ambiente muito mais espaçoso do que o normal, como resultado da capacidade reduzida, que para alguns foi um destaque de sua experiência de cruzeiro do “novo normal”.
Em suma, conseguimos manter um ambiente descontraído e agradável para os nossos hóspedes, que é notavelmente próximo da experiência pré-covid 19.
Naturalmente, existem diferenças a bordo. Implementamos medidas elevadas de higienização e limpeza em todo o navio, mas provavelmente a principal diferença para os hóspedes é a necessidade do distanciamento social e uso de máscaras quando isso não é possível. É algo a que todos nós agora nos acostumamos em nosso dia-a-dia.
PP – Como o senhor vê a evolução dessa retomada dos cruzeiros? Mais nacionalidades e portos serão incluídos? Qual é o cronograma projetado para trazer de volta todos os navios da frota da MSC em sua capacidade total?
ONORATO – Atualmente, há uma série de discussões em andamento com autoridades e portos em muitos dos países nos quais operamos historicamente. Isso envolve principalmente compartilhar, explicar e discutir nosso protocolo existente. Assim que tivermos a aprovação do protocolo operacional da empresa em um país ou região específica, assim como fizemos no Mediterrâneo com aprovações da Itália, Grécia e Malta, planejamos trazer gradualmente mais navios de volta ao mar nos próximos meses.
Estamos esperançosos que, esse programa em fases fará com que todos os nossos navios voltem a operar entre o final deste ano e o verão do hemisfério norte em 2021.
PP – Como essa crise mudará os planos de sua frota e também como afetará os destinos que escolhidos?
ONORATO – Já demonstramos que com um protocolo de saúde e segurança rigoroso, robusto e eficaz, podemos agir com confiança. Nossas reservas futuras indicam que há uma demanda para nossos cruzeiros e nossos planos para o futuro permanecem os mesmos. Nosso novo programa de expansão não foi alterado e nosso plano atualmente prevê que todos os nossos 17 navios, mais o MSC Virtuosa e o MSC Seashore, ambos atualmente em construção em estaleiros europeus, estarão de volta ao serviço e prontos para receber hóspedes durante a temporada do verão no hemisfério norte em 2021.
Também confirmamos todos os nossos outros pedidos existentes; nossos dois primeiros navios World Class movidos a gás natural liquefeito (GNL), bem como um quinto navio da classe Meraviglia (Plus), também movido a GNL, para um total de cinco novos navios a serem entregues até 2024.
PP – Como avalia a situação na América do Sul, principalmente no Brasil e na Argentina?
ONORATO – Nós continuamos comprometidos e trabalhando com as autoridades responsáveis e competentes no Brasil - incluindo a Anvisa, o Ministério da Saúde, o Ministério da Infraestrutura, o Ministério do Turismo, a Embratur, a Casa Civil, além de outras autoridades estaduais e municipais relevantes, e também na Argentina e no Uruguai, sobre nossa proposta de retorno à operação na América do Sul, após o reinício das operações em meados de agosto no Mediterrâneo, quando introduzimos nosso novo protocolo proprietário, abrangente de saúde e segurança para apoiar a retomada de nosso mais novo navio, o MSC Grandiosa.
O protocolo foi enviado e apresentado às autoridades responsáveis da América do Sul durante a segunda quinzena de julho e, desde então, temos continuado a trabalhar progressivamente com elas, bem como com portos e destinos onde esperamos operar durante a temporada 2020/21 da América do Sul.
Em termos de avaliação da situação na América do Sul, um aspecto da indústria que acredito que poderemos ver é o “cruzeiro local”. É aqui que - na fase atual - você verá cruzeiros do Brasil apenas com brasileiros a bordo, cruzeiros europeus levando hóspedes europeus e talvez o mesmo com a África do Sul e seus cidadãos.
Numa fase sucessiva, este mesmo modelo – de cruzeiro local - poderá também aplicar-se a outros mercados, inclusive nos Estados Unidos - quando chegar o momento certo de reiniciar as operações também nesse mercado, em linha com as orientações dos Centros de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) e outras autoridades relevantes de lá.
O nosso protocolo demonstrou, creio eu, que a nossa indústria está mostrando o caminho para todo o setor de lazer e do turismo e espero, sinceramente, que os nossos procedimentos rigorosos contribuam para uma retomada mais ampla dos navios de cruzeiro ao mar.
A América do Sul é, e sempre será, um mercado importante para nós. Há muito tempo que somos líderes de mercado na região e temos toda a intenção de continuar assim no futuro.
Nosso compromisso com a América do Sul é inabalável. Há um grande potencial no continente e vejo oportunidades para continuarmos a expandir nossos negócios na região nos próximos anos, contribuindo também com o desenvolvimento econômico na América do Sul. Mas, neste momento, nosso foco é obter a aprovação de todas as autoridades responsáveis no Brasil, Argentina e Uruguai do nosso protocolo operacional, para que possamos reiniciar nosso programa de cruzeiros em novembro de uma maneira segura e protegida.
PP – Qual será o papel dos agentes de viagens nos próximos anos e como eles podem fazer a diferença na indústria de cruzeiros e no auxílio aos seus clientes com as melhores opções de viagens?
ONORATO – A grande maioria dos cruzeiros de férias - cerca de 80% (no Brasil mais de 90%) - são adquiridos por meio de nossa extensa rede internacional de agências de viagens parceiras, portanto, elas são de grande importância para nós e continuarão sendo no futuro. Trabalhamos muito com eles ao longo dos últimos tempos desafiadores para prepará-los para quando estivéssemos prontos para retornar ao mar.
O feedback que recebemos da comunidade de agências, bem como o contato direto dos próprios turistas, nos dá a confiança de que há demanda e a vontade de se fazer um cruzeiro.
Sabemos que este é um momento difícil para nossos parceiros agentes de viagens e estamos nisso juntos.
As agências de viagens tiveram que se adaptar e responder à crise de saúde, assim como nós. Entendemos que era fundamental para nós ajudar a proteger seus negócios da melhor maneira possível, especialmente protegendo a comissão sobre reservas existentes e futuras. Os agentes de viagens são um canal de distribuição vital para nós agora e continuarão a ser no futuro.
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