Filip Calixto   |   23/04/2021 10:27
Atualizada em 23/04/2021 10:39

Alta reforça compromisso com a sustentabilidade na aviação

Em comunicado, a Alta reitera seu compromisso e as ações que incentiva em prol da sustentabilidade

Na esteira das ações do Dia da Terra, celebrado ontem (22), a Alta (Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo) emitiu um comunicado referendo seu compromisso com as iniciativas que buscam o fortalecimento da sustentabilidade na indústria da aviação.

A associação lembrou da evolução do setor nos últimos anos e elencou algumas melhorias já implementadas e que minimizam os efeitos da atividade nas mudanças climáticas do planeta.

Divulgação
“Apesar das turbulências enfrentadas pela indústria, os objetivos de curto, médio e longo prazo definidos em 2009 permanecem intactos e estão em linha com o Acordo de Paris [assinado em 2015] sobre mudanças climáticas”, reforça a nota da Alta. Alguns dos compromissos citados são:

1. Melhorar a eficiência do combustível em 1,5% entre 2009 e 2020. Objetivo de curto prazo que a indústria já atingiu.

2. Estabilizar as emissões líquidas de CO2 nos níveis de 2020 com um crescimento neutro em carbono. Um objetivo de curto prazo que será alcançado com medidas operacionais e infraestrutura, tecnologia e combustíveis de aviação sustentáveis.

3. Reduzir até 2050 as emissões líquidas de CO2 da aviação à metade em relação ao que eram em 2005. Atingir esse objetivo ambicioso será possível com o investimento contínuo em novas tecnologias e sólidos
mecanismos de apoio para a implantação de combustíveis de aviação sustentáveis.

O comunicado da Alta pondera ainda que para alcanças os objetivos citados acima a indústria precisa agir de acordo com algumas diretrizes específicas. São elas:

1. Aeronaves com novas tecnologias e desenvolvimento em larga escala de combustíveis de aviação sustentáveis.

2. Medidas operacionais, como taxiamento de aeronaves com um único motor (o que permite economizar combustível durante o tempo em solo), pousos sem reversores (o que economiza combustível e reduz a demanda dos motores na fase de pouso), otimização de APU / GRU (reduzindo o tempo que esta unidade motriz está ligada), decolagem e pouso com flaps reduzidos (obtendo menor resistência do ar e, consequentemente, menor consumo de combustível), entre outros.

3. Desenvolvimentos de infraestrutura, como melhorias de navegação para permitir melhor uso do espaço aéreo, voar em trajetórias mais diretas, otimizar a chegada de aeronaves, operações de aproximação e partida, reduzir o consumo de combustível e as emissões.

4. Medidas baseadas no mercado, como CORSIA, para preencher quaisquer lacunas de emissões remanescentes até que essas tecnologias estejam disponíveis.

“A rápida implementação de combustíveis de aviação sustentáveis não requer modificação do motor e é feita de matéria-prima sustentável, não afetando o uso da terra e da água, nem degradando o meio ambiente. Desde 2016, eles foram testados em mais de 300 mil voos e foi demonstrado que, ao longo do ciclo de vida do combustível, as emissões dos SAFs são, em média, 80% mais baixas do que as dos voos movidos a combustíveis fósseis”, diz a nota.

“Os SAFs terão impacto significativo em voos de longa distância, responsáveis por cerca de 75% das emissões totais, o que faz com que haja uma forte tendência do setor em priorizar investimentos na continuidade do desenvolvimento de SAFs. Para a sua implementação é necessário o compromisso dos governos, da indústria energética, dos pesquisadores e do próprio setor da aviação”, diz o diretor-executivo e CEO da Alta, José Ricardo Botelho.

Ainda segundo detalha o líder da associação, os combustíveis sustentáveis para a aviação permitirão à indústria atingir entre 50% e 75% das reduções de emissões. “Com o apoio dos governos, as emissões líquidas de CO2 do transporte aéreo global podem ser alcançadas até 2060-2065, mas é provável que algumas regiões alcancem este objetivo mais cedo. Várias companhias aéreas e empresas do setor já definiram metas líquidas zero”, reforça.

“Atualmente, o SAF é em média duas a quatro vezes mais caro do que os combustíveis fósseis, com uma produção mundial atual em torno de 100 milhões de litros por ano, o que representa apenas 0,1% do total de combustível de aviação consumido pela indústria ”, destaca Botelho.

As companhias aéreas associadas à Alta já alcançaram eficiência de combustível anual de 3,5% - melhor do que a meta de 1,5% estabelecida em 2010 - e têm evitado a emissão de um milhão de toneladas de CO2 nos últimos sete anos, graças a o fato de terem renovado mais de 50% da sua frota na última década, reduzindo assim em 35% a idade média dos aviões.

“O compromisso permanece firme e os desafios não estão nos impedindo de alcançar nossos objetivos climáticos”, reitera o comunicado.

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