Leonardo Ramos   |   19/04/2018 11:24

Demanda doméstica tem recorde histórico em março; veja números

Demanda doméstica de março sobe, ocupação bate 80,2% e bate recode; no internacional aumento de demanda foi de 15,5%, inferior a alta da oferta

Domínio Público
Após 18 meses de queda de passageiros em voos nacionais, o cenário agora é outro na aviação brasileira. Os números divulgados nesta semana pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) mostram que em março foi superada a marca de um ano seguido de alta tanto na demanda quanto na quantidade de passageiros transportados em operações domésticas - são 13 meses consecutivos de crescimento ininterrupto. Acompanha de perto o movimento a oferta das aéreas, que está expansão há nove meses.

A demanda de transporte aéreo dentro do Brasil em março contou com uma alta de 2,09% contra o mesmo mês do ano passado, resultado abaixo do crescimento médio dos últimos meses, de quase 6%. "Isso acontece porque a partir de agora as comparações passam a ser feitas contra o período em que a aviação doméstica já havia iniciado a recuperação", afirmou a entidade em comunicado, se referindo aos primeiros meses de recuperação no início de 2017.

Mesmo assim, o volume absoluto de passageiros quilômetros pagos transportados (RPK) no mês foi de 7,6 bilhões, recorde histórico para março. A oferta doméstica no período teve uma expansão menor, de 0,66%, levando a um aumento de 1,12 ponto percentual na ocupação doméstica, que ficou em 80,2% - também recorde para a estatística da Abear em um mês de março. No total, foram 7,4 milhões de passageiros transportados nas rotas domésticas no período, alta de 0,83%.

Vale lembrar que a Abear consolida as estatísticas das empresas Avianca Brasil, Azul, Gol e Latam e representa mais de 99% do mercado doméstico. No mês, a Gol teve 34,25% de participação no mercado doméstico, seguida de perto por Latam (33,26%). Azul (18,33%) e Avianca Brasil (14,16%) aparecem na sequência.

No acumulado do ano até março, a alta da demanda doméstica foi de 3,48%, superior ao aumento da oferta, de 2,38%. A ocupação, assim, chegou a 81,97%, melhora de 0,87 ponto percentual contra o primeiro trimestre de 2017. Foram 22,9 milhões de passageiros transportados no Brasil no período, alta de 2,37% na mesma comparação.

INTERNACIONAL: DEMANDA CRESCE, MAS OCUPAÇÃO CAI
Representando as quatro maiores aéreas brasileiras, a Abear abrange atualmente cerca de 30% das operações internacionais envolvendo o País - bandeiras internacionais são responsáveis pelo restante. Nelas (Avianca Brasil, Azul, Gol e Latam) a alta tanto da demanda quanto da oferta conta com números muito superiores se comparados ao mercado doméstico.

A expansão de 18,27% da oferta internacional das quatro aéreas em comparação a março de 2017 é reflexo do alto investimento que elas têm destinado ao segmento - a demanda segue de perto, com crescimento de 15,55%, mas não o suficiente para acompanhar o aumento de assentos disponíveis. Assim, o mês apresentou uma retração de 1,93 ponto percentual do fator de aproveitamento (ocupação), que ficou em 82,14%. O volume de passageiros transportados, porém, somou 779 mil no período, 16,32% superior ao registrado em março do ano passado.

Vale destacar que a recuperação no mercado internacional começou mais cedo, comparado ao doméstico: é o 18º mês de alta na demanda e na quantidade de passageiros transportados para voos estrangeiros, enquanto a oferta está em ampliação continuada há 17 meses.

Em participação, a Latam segue liderando de longe no internacional, representando 68,07% dos voos para o exterior entre as quatro companhias brasileiras; segue Azul (14,61%), Gol (11,46%) e Avianca Brasil (5,85%).

O primeiro trimestre do ano conta com números similares aos vistos em março em operações internacionais. No acumulado, foram 16,17% de crescimento da demanda contra alta de 18,78% da oferta - resultando em 83,64% de ocupação, queda de 1,87 ponto percentual. Cerca de 2,5 milhões de passageiros foram transportados por aéreas brasileiras para o exterior, aumento de 17,76% sobre o primeiro trimestre de 2017.

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