Alitalia registra bons resultados após novos voos ao Brasil
Sem perspectiva de lançar novos voos para o Brasil, a aérea acrescentou 11 voos em 12 meses, dando um salto de 110% na oferta.
Mais voos ao Brasil, crescimento de três dígitos na capacidade, novas contratações. Se na Itália o clima é de suspense quanto ao seu futuro, a Alitalia tem motivos de sobra para comemorar no Brasil. Por isso, reuniu o trade para um evento de confraternização na noite paulistana em um dos hotéis mais emblemáticos da capital, o Maksoud Plaza.
Mas antes a liderança brasileira e internacional da empresa conversou com a imprensa local. A reestruturação da principal companhia aérea italiana vem após um pedido de recuperação judicial em 2017 seguido da sondagem de interesse de concorrentes em sua compra, como Lufthansa, Easyjet e Delta Air Lines.
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A equipe operacional está mais centrada em seus dois segmentos, divididos entre lazer e corporativo. Por aqui, a Alitalia, que tem na figura de Carlos Antunes o porta-voz, tem se desdobrado para aumentar sua participação neste que é considerado o segundo maior mercado, atrás apenas dos Estados Unidos.
Sem perspectiva de lançar novos voos para o Brasil, a aérea acrescentou 11 voos em 12 meses, dando um salto de 110% na oferta. Atualmente, são operados um serviço diário para o Rio de Janeiro e dois diários para São Paulo, ambos com saída de Roma (FCO), seu principal hub.
Ao ser perguntado pelo Portal PANROTAS, o vice-presidente internacional de Vendas de Lazer da Alitalia, Nicola Bonacchi, declarou que Porto Alegre esteve nos planos nos últimos anos. Segundo ele, a situação econômica brasileira travou o andamento das negociações.
A ideia de decolar em Fortaleza, a “cidade sensação” do momento com os hubs da Air France-KLM e Gol, é descartada pois, ao que indica, já está bem preenchida por esse conglomerado de parceiras.
“Estamos sempre atentos a novas movimentações, mas o nosso foco no momento é o aumento da capacidade nesse mercado [Brasil] e atender essa demanda”, destacou, sugerindo que o próximo ano vem carregado de novidades.
ATENTOS AO CORPORATIVO
A presença da aérea italiana será preenchida em acordos de codeshare, sugere Bonacchi, como o anunciado com a Avianca Brasil em junho deste ano. O compartilhamento de códigos também tem sido benéfico para um público que a transportadora europeia tem olhado com mais atenção: o corporativo.
O viajante de negócios representa até 25% do total de vendas da Alitalia no Brasil, e a intenção é encontrar um equilíbrio com o lazer. O diretor geral, Carlos Antunes, explica que o tíquete médio do profissional corporativo é muito mais alto do que o turista de férias, embora não exemplifique em números.
A conquista desse exigente consumidor se dará pelos seguintes pontos: a conectividade, o produtos da classe executiva Magnifica, o recém-lançado lounge na capital italiana e a pontualidade.
No Brasil, são três os executivos voltados para atender as agências corporativas. “Temos de mudar a visão de que servimos apenas Roma como destino final. A partir de lá, temos as conexões mais próximas dentro da Europa. Nosso hub, por exemplo, tem uma entrega de bagagem muito rápida, o que conta bastante para o viajante corporativo”, disse Bonacchi.
O QUE SERÁ O FUTURO?
Desde o anúncio da abertura de ofertas para venda, as já mencionadas Lufthansa, Easyjet e Delta demonstraram vontade em adquirir partes ou a totalidade da Alitalia. Os líderes da companhia mantêm sigilo quanto às negociações, mas o prazo da apresentação dos valores foi encerrado em outubro deste ano. Existe também a intenção de o governo local assumir o controle de mais de 50%.
Com perspectiva de alta de 7% no faturamento este ano, a empresa tem apresentado números positivos no Brasil. O incremento da malha fez com que o número de passageiros chegasse a 250 mil de janeiro a outubro, número 52% maior em relação ao mesmo período do ano passado.
Em números globais, a Alitalia viu um primeiro semestre de 2018 positivo após seis anos consecutivos de quedas nas receitas. Nos primeiros três meses, cresceu 6,4%, e no segundo, 7,3%. Já em julho, a alta foi de 10,6%, sendo todos em relação ao mesmo período de 2017.