Karina Cedeño   |   08/03/2024 19:05

Agências irão à justiça caso American não reveja mudanças no AAdvantage

Faevyt, da Argentina, considera atitude da aérea um abuso de posição sobre as agências de viagens


Divulgação
Companhia aérea anunciou recentemente que fará alterações na forma como os clientes ganham milhas AAdvantage e pontos de fidelidade em voos
Companhia aérea anunciou recentemente que fará alterações na forma como os clientes ganham milhas AAdvantage e pontos de fidelidade em voos

As agências de viagens argentinas irão à justiça caso a American Airlines não reveja as alterações em seu programa de fidelidade AAdvantage, previstas para começar em 1º de maio deste ano. As informações são do site El Cronista.

A companhia aérea anunciou recentemente que fará alterações na forma como os clientes ganham milhas AAdvantage e pontos de fidelidade em voos, dependendo de onde fizerem a reserva. O objetivo das mudanças é incentivar as reservas diretas com a companhia e suas parceiras, segundo a aérea.

Na Argentina, 70% da venda de passagens da American é feita por meio de agências, segundo a Comissão de Transporte Aéreo da Federação Argentina de Associações de Empresas de Viagens e Turismo (Faevyt), que expressou "grande preocupação do setor" pela situação e alertou sobre as mudanças que foram geradas antes da modificação do programa de viajantes frequentes AAdvantage não apenas no país, mas também a nível global, já que a decisão impacta todos os mercados nos quais a empresa opera.

Abuso de posição sobre as agências

"Essa política claramente constitui, por parte da American Airlines, um abuso de sua posição dominante sobre as agências de viagens, o que gerará um grande dano econômico e também prejudicará o cliente final, seja ele corporativo ou de lazer, ao negar a possibilidade de seus agentes de viagens de confiança gerenciarem as tarifas de reservas, o acúmulo de milhas e os benefícios do programa", destaca comunicado da Faevyt.

"Esta discriminação resultará na concentração mais absoluta de vendas em seu canal direto, resultando em uma prática lesiva nos termos das Leis de Defesa da Competência e da Lealdade Comercial da Argentina".

"Exortamos a American Airlines a garantir a igualdade de oportunidades para todos os atores do mercado. Crescemos em um ambiente onde a inovação, a qualidade do serviço e a transparência são os pilares fundamentais que impulsionam o crescimento da indústria, razão pela qual se está avaliando levar adiante – caso o diálogo não seja frutífero – ações para reconhecimento judicial da prática como desleal para a atividade", conclui comunicado da Faevyt.

Além disso, o Foro Argentino de Consultores & Empresas de Viagens (Facve) também criticou a companhia aérea norte-americana. "Considerando que essa política da American Airlines constitui um abuso de sua posição dominante, somado à pressão impositiva e ao contexto de imprevisibilidade no qual as agências operam, solicitamos enfaticamente que a American Airlines reveja sua conduta e respeite as Leis de Defesa da Competência y de Lealdade Comercial de Argentina", solicitou Carlos Núñez, diretor executivo da Facve.

O que diz a companhia aérea

A American Airlines, por sua vez, afirma que "ao reservar diretamente, os clientes podem desfrutar da melhor experiência de viagem possível e também ter as melhores tarifas".

A aérea afirma que "os clientes ganharão pontos de fidelidade em voos quando reservados diretamente com a American Airlines e companhias aéreas parceiras elegíveis, ou reservados por meio de agências de viagens preferidas", lista que será conhecida no final de abril.

Entre os benefícios que permitem o programa, há:

  • A possibilidade de ceder milhas à conta de outro membro, com custos de transferência 66% menores do que antes;
  • Usar milhas para se manter conectado e assim evitar pagar Wi-Fi em voos;
  • Resgatar milhas para upgrades com companhias aéreas parceiras e
  • Cancelar passagens da categoria Economy Basic (que não são reembolsáveis) e receber crédito de viagem.


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