Aéreas nacionais respondem dúvidas de gestores de viagens corporativas
O Abroad Corporate Summit reuniu CEOs das aéreas brasileiras nesta sexta-feira (2)
Hoje (2), durante o Abroad Corporate Summit, os presidentes das maiores companhias aéreas nacionais analisaram tendências do mercado e responderam dúvidas de gestores de viagens selecionados pela Academia de Viagens Corporativas, após contarem como se prepararam para a retomada. Participaram do painel John Rodgerson, CEO da Azul; Paulo Kakinoff, presidente da Gol; Adalberto Bogsan, CEO da ITA Transportes Aéreas; Jerome Cadier, CEO da Latam; e Eduardo Busch, presidente da VoePass. A conversa foi mediada pelo editor-chefe e CCO da PANROTAS, Artur Luiz Andrade
INTERIORIZAÇÃO
O primeiro assunto foi a interiorização, ou regionalização, da malha aérea das companhias, que cada vez mais fazem esforços para voar para cidades secundárias. Como a Gol comprou a Map, companhia com grande atuação na região Norte do País, Kakinoff foi o primeiro a abordar o assunto.
"O principal aspecto da regionalização está sendo promovido pela parceria que a empresa tem com a VoePass desde 2010. Através dos acordos, temos uma relação simbiótica em que alcançamos uma capilaridade que não alcançaríamos com a frota padrão", explicou o presidente da Gol. Hoje, 50% da operação da VoePass é contratada pela Gol.
Eduardo Busch, presidente da VoePass, afirmou que "a programação vai voltar em 100%. Talvez a gente não aumente o número de destinos, mas vamos retomar rotas estabelecidas que deixamos de operar durante a pandemia. Estamos sendo cautelosos para não ter que dar um segundo passo para trás, como fizemos em janeiro, na segunda onda da covid-19, após alcançar cerca de 70% da nossa capacidade".
VIAJANTE CORPORATIVO
Depois, Jerome Cadier, comentou sobre a reconquista do viajante corporativo, e também sobre seu novo perfil. "Estamos de olho no novo perfil do viajante corporativo. E é inegável, já que teremos que rever vários modelos nossos para repensar precificação, criação de novas rotas e até mesmo horários", disse, referindo-se ao novo viajante híbrido, que pode levar a família para a viagem de trabalho, estender a estada por outros motivos e somar propósitos à viagem inicialmente somente a trabalho.
EVENTOS
Perguntados sobre a retomada dos eventos, Kakinoff diz acreditar nos protocolos sanitários e na imunização dos brasileiros para isso ocorrer de forma mais sólida. "Destacaria os protocolos desenvolvidos pelo setor aéreo e pela cadeia como um todo. A retomada que temos até então se deu muito pela maneira protagonista que a indústria teve como um todo. Não vai acontecer de repente, mas gradualmente vai resultar na retomada dos grandes eventos, com eventos esperados já para o final desse ano. Reunir fisicamente membros da equipe vai ser um grande objetivo das empresas", afirmou o presidente da Gol.
ATENDIMENTO
Sobre a grande sobrecarga dos canais de atendimentos das companhias aéreas, um dos gargalos da pandemia, John Rodgerson afirmou que é "claro que quando vai de 1.000 voos diários para 70, vai ter uma sobrecarga de pessoas querendo saber sua situação. Mas com a retomada, esse volume diminuiu muito. Sempre realizamos vendas com o intuito de voar". O CEO disse que a Azul tem a capacidade de reajustar a frota de acordo com demanda de passageiros para atender os clientes.
VENDA INDIRETA
Após um aumento das vendas diretas pelas companhias aéreas, Cadier afirmou que junho foi o melhor mês de vendas indiretas e que pretende seguir trabalhando com as TMCs. "Quanto mais próximos estivermos, menos chances de errar nessa remodelação (do perfil do viajante) nós temos, temos uma avenida para colaborar mais, conversar mais e reaprender bastante", afirmou.
REMARCAÇÃO
Perguntados sobre as políticas de remarcação de bilhetes não voados com outro nome, Kakinoff se prontificou a dizer que ainda não tem uma resposta absoluta. "A indústria adotou medidas de flexibilização porque era o que o momento requisitava, mas ainda não temos uma decisão sobre a manutenção dessas políticas em um momento com menor imprevisibilidade no período pós pandemia", explicou.
ACORDOS CORPORATIVOS
Em seguida, as companhias aéreas foram perguntadas sobre os acordos corporativos e se o valor da tarifa deve subir nos próximos meses. Jerome Cadier foi o primeiro a responder: "Tomamos a decisão de renovar os acordos porque as condições são outras. Acredito que veremos tarifas mais agressivas daqui para frente, mas acho que não tenha relação com os acordos. O importante é buscar estabilidade", afirmou. Eduardo Busch, presidente da VoePass, concordou com Cadier e complementou que o preço alto do dólar e do petróleo são fatores importantes na determinação das tarifas aéreas.
Depois, Adalberto Bogsan, CEO da ITA Transportes Aéreas, disse como vê esses acordos pela empresa recém-chegada. "Começamos nossos acordos agora em um novo patamar e cenário, então não temos o que mudar. Sobre as nossas tarifas, entramos com uma tarifa que permita ao cliente experimentar nossos serviços, mas não há intenção de iniciar uma guerra tarifária, mas trabalhar dentro da nossa cadeia de custos", explicou.
John Rodgerson explicou que todos acordos da Azul estão vigentes e nada foi mudado. "Estamos fazendo nossa parte e voando, agora vocês precisam fazer a sua e voar. Com a volta da demanda, trabalharemos com cada um de nossos parceiros", pediu o CEO da Azul.
Kakinoff, presidente da Gol, explicou que nenhum contrato será cancelado, mas a aérea estudará o que é uma tarifa sustentável para a operação.
MELHOR TARIFA
Perguntados sobre onde o viajante corporativo deve achar a melhor tarifa já que neste momento tem muitas ofertas de oportunidades e os presidentes concordaram que seguem sendo as TMCs. "Temos que entender que o mercado é extremamente dinâmico, queremos que as TMCs tenham as tarifas mais competitivas, mas é um trabalho constante em ajustar as tarifas devido a dinâmica da indústria", explicou Cadier.
PROTOCOLOS
Sobre a eficiência dos protocolos sanitários, Kakinoff disse não ter dúvidas. "Usamos como régua para medir a eficácia dos protocolos a taxa de testes positivos entre os tripulantes que estão voando e expostos de 40 a 60 horas por mês. No começo da pandemia, era um teste positivo a cada 1.156 decolagens e agora é de um a cada 1.400 decolagens. O que já era muito seguro agora é ainda mais", afirmou. O presidente da Gol explicou que um tripulante tem contato com até 3.000 pessoas em dois ou três dias de serviço.
LAZER x CORPORATIVO
Para concluir, os executivos foram perguntados se o viajante corporativo vai disputar assento com o viajante a lazer na retomada e se isso vai subir a tarifa aérea. John Rodgerson começou explicando que "a malha aérea brasileira sempre foi corporativa, então o lazer só pode ajudar a levantar mais voos. Com maior demanda, teremos mais voos e mais opções de conexões para chegar em casa mais rápido". Eduardo Busch, presidente da VoePass, concordou ao dizer que "é uma briga e preocupação que todos queremos ter".
Já Jerome Cadier foi mais frio ao pensar também no cenário do mercado internacional. "No curto prazo, é possível que isso aconteça. Nas primeiras semanas de reabertura de fronteiras dos Estados Unidos, por exemplo, a demanda deve ser maior que a oferta e devemos ter instabilidade. Mas ao longo prazo, é isso mesmo, o lazer só deve ajudar o corporativo", explicou.
ITA
Durante o encontro, Adalberto Bogsan, CEO da ITA Transportes Aéreas, abordou o início das operações da aérea. "Estamos focando no corporativo também sim. Nós não vivemos esse momento de pandemia, então estamos começando em um momento favorável sem sentir a dor que as grandes sentiram. Queremos concorrer em um mercado que tem para todo mundo, é muito grande. Estamos trabalhando com agentes corporativos para que a gente tenha um produto focado nesse mercado. Estamos começando, procurando parceiros para ajudar nas distribuições para pequenas cidades, começando a estruturar uma empresa do zero", afirmou.
INTERIORIZAÇÃO
O primeiro assunto foi a interiorização, ou regionalização, da malha aérea das companhias, que cada vez mais fazem esforços para voar para cidades secundárias. Como a Gol comprou a Map, companhia com grande atuação na região Norte do País, Kakinoff foi o primeiro a abordar o assunto.
"O principal aspecto da regionalização está sendo promovido pela parceria que a empresa tem com a VoePass desde 2010. Através dos acordos, temos uma relação simbiótica em que alcançamos uma capilaridade que não alcançaríamos com a frota padrão", explicou o presidente da Gol. Hoje, 50% da operação da VoePass é contratada pela Gol.
Eduardo Busch, presidente da VoePass, afirmou que "a programação vai voltar em 100%. Talvez a gente não aumente o número de destinos, mas vamos retomar rotas estabelecidas que deixamos de operar durante a pandemia. Estamos sendo cautelosos para não ter que dar um segundo passo para trás, como fizemos em janeiro, na segunda onda da covid-19, após alcançar cerca de 70% da nossa capacidade".
VIAJANTE CORPORATIVO
Depois, Jerome Cadier, comentou sobre a reconquista do viajante corporativo, e também sobre seu novo perfil. "Estamos de olho no novo perfil do viajante corporativo. E é inegável, já que teremos que rever vários modelos nossos para repensar precificação, criação de novas rotas e até mesmo horários", disse, referindo-se ao novo viajante híbrido, que pode levar a família para a viagem de trabalho, estender a estada por outros motivos e somar propósitos à viagem inicialmente somente a trabalho.
EVENTOS
Perguntados sobre a retomada dos eventos, Kakinoff diz acreditar nos protocolos sanitários e na imunização dos brasileiros para isso ocorrer de forma mais sólida. "Destacaria os protocolos desenvolvidos pelo setor aéreo e pela cadeia como um todo. A retomada que temos até então se deu muito pela maneira protagonista que a indústria teve como um todo. Não vai acontecer de repente, mas gradualmente vai resultar na retomada dos grandes eventos, com eventos esperados já para o final desse ano. Reunir fisicamente membros da equipe vai ser um grande objetivo das empresas", afirmou o presidente da Gol.
ATENDIMENTO
Sobre a grande sobrecarga dos canais de atendimentos das companhias aéreas, um dos gargalos da pandemia, John Rodgerson afirmou que é "claro que quando vai de 1.000 voos diários para 70, vai ter uma sobrecarga de pessoas querendo saber sua situação. Mas com a retomada, esse volume diminuiu muito. Sempre realizamos vendas com o intuito de voar". O CEO disse que a Azul tem a capacidade de reajustar a frota de acordo com demanda de passageiros para atender os clientes.
VENDA INDIRETA
Após um aumento das vendas diretas pelas companhias aéreas, Cadier afirmou que junho foi o melhor mês de vendas indiretas e que pretende seguir trabalhando com as TMCs. "Quanto mais próximos estivermos, menos chances de errar nessa remodelação (do perfil do viajante) nós temos, temos uma avenida para colaborar mais, conversar mais e reaprender bastante", afirmou.
REMARCAÇÃO
Perguntados sobre as políticas de remarcação de bilhetes não voados com outro nome, Kakinoff se prontificou a dizer que ainda não tem uma resposta absoluta. "A indústria adotou medidas de flexibilização porque era o que o momento requisitava, mas ainda não temos uma decisão sobre a manutenção dessas políticas em um momento com menor imprevisibilidade no período pós pandemia", explicou.
ACORDOS CORPORATIVOS
Em seguida, as companhias aéreas foram perguntadas sobre os acordos corporativos e se o valor da tarifa deve subir nos próximos meses. Jerome Cadier foi o primeiro a responder: "Tomamos a decisão de renovar os acordos porque as condições são outras. Acredito que veremos tarifas mais agressivas daqui para frente, mas acho que não tenha relação com os acordos. O importante é buscar estabilidade", afirmou. Eduardo Busch, presidente da VoePass, concordou com Cadier e complementou que o preço alto do dólar e do petróleo são fatores importantes na determinação das tarifas aéreas.
Depois, Adalberto Bogsan, CEO da ITA Transportes Aéreas, disse como vê esses acordos pela empresa recém-chegada. "Começamos nossos acordos agora em um novo patamar e cenário, então não temos o que mudar. Sobre as nossas tarifas, entramos com uma tarifa que permita ao cliente experimentar nossos serviços, mas não há intenção de iniciar uma guerra tarifária, mas trabalhar dentro da nossa cadeia de custos", explicou.
John Rodgerson explicou que todos acordos da Azul estão vigentes e nada foi mudado. "Estamos fazendo nossa parte e voando, agora vocês precisam fazer a sua e voar. Com a volta da demanda, trabalharemos com cada um de nossos parceiros", pediu o CEO da Azul.
Kakinoff, presidente da Gol, explicou que nenhum contrato será cancelado, mas a aérea estudará o que é uma tarifa sustentável para a operação.
MELHOR TARIFA
Perguntados sobre onde o viajante corporativo deve achar a melhor tarifa já que neste momento tem muitas ofertas de oportunidades e os presidentes concordaram que seguem sendo as TMCs. "Temos que entender que o mercado é extremamente dinâmico, queremos que as TMCs tenham as tarifas mais competitivas, mas é um trabalho constante em ajustar as tarifas devido a dinâmica da indústria", explicou Cadier.
PROTOCOLOS
Sobre a eficiência dos protocolos sanitários, Kakinoff disse não ter dúvidas. "Usamos como régua para medir a eficácia dos protocolos a taxa de testes positivos entre os tripulantes que estão voando e expostos de 40 a 60 horas por mês. No começo da pandemia, era um teste positivo a cada 1.156 decolagens e agora é de um a cada 1.400 decolagens. O que já era muito seguro agora é ainda mais", afirmou. O presidente da Gol explicou que um tripulante tem contato com até 3.000 pessoas em dois ou três dias de serviço.
LAZER x CORPORATIVO
Para concluir, os executivos foram perguntados se o viajante corporativo vai disputar assento com o viajante a lazer na retomada e se isso vai subir a tarifa aérea. John Rodgerson começou explicando que "a malha aérea brasileira sempre foi corporativa, então o lazer só pode ajudar a levantar mais voos. Com maior demanda, teremos mais voos e mais opções de conexões para chegar em casa mais rápido". Eduardo Busch, presidente da VoePass, concordou ao dizer que "é uma briga e preocupação que todos queremos ter".
Já Jerome Cadier foi mais frio ao pensar também no cenário do mercado internacional. "No curto prazo, é possível que isso aconteça. Nas primeiras semanas de reabertura de fronteiras dos Estados Unidos, por exemplo, a demanda deve ser maior que a oferta e devemos ter instabilidade. Mas ao longo prazo, é isso mesmo, o lazer só deve ajudar o corporativo", explicou.
ITA
Durante o encontro, Adalberto Bogsan, CEO da ITA Transportes Aéreas, abordou o início das operações da aérea. "Estamos focando no corporativo também sim. Nós não vivemos esse momento de pandemia, então estamos começando em um momento favorável sem sentir a dor que as grandes sentiram. Queremos concorrer em um mercado que tem para todo mundo, é muito grande. Estamos trabalhando com agentes corporativos para que a gente tenha um produto focado nesse mercado. Estamos começando, procurando parceiros para ajudar nas distribuições para pequenas cidades, começando a estruturar uma empresa do zero", afirmou.