Experimentamos a classe Polaris, de São Paulo a Los Angeles
Editor chefe da PANROTAS, Artur Andrade viajou na categoria premium da United Airlines e avaliou a experiência de São Paulo a Los Angeles
Em quatro voos da United Airlines rumo a Los Angeles para o IPW (São Paulo-Washington, Washington-Los Angeles, Los Angeles-Chicago e Chicago-São Paulo) pude ter algumas experiências Polaris da United Airlines. Não foi minha estreia na Polaris (já conhecia o lounge Polaris em Chicago O’Hare e tinha feito o trecho Chicago-São Paulo no ano passado na nova poltrona), mas agora pude ver o produto (quase) consolidado.
Digo quase porque o voo São Paulo-Washington ainda tinha a configuração 2-1-2, quando na nova Polaris o certo é 1-2-1, dando acesso ao corredor a todos os passageiros. Mas as amenidades já eram Polaris, como o segundo travesseiro, ergonômico, e a manta, ambos Saks Fifth Avenue. Também há chinelos e duvê para cobrir a poltrona, sob pedidos. Como compensação, o voo doméstico Los Angeles-Chicago foi feito na poltrona nova da Polaris. Geralmente a primeira classe doméstico tem poltrona maior, mas não reclina 180 graus, mais alguns voos costa a costa são operados com o 777 ou o 767 configurados com a nova Polaris. Dei sorte.
A nova poltrona realmente faz a diferença e ela está nos detalhes e funcionalidades. Para abrir a mesa de refeição (ou trabalho) basta um toque e ela vem em sua direção. Não é preciso um curso para saber como abrir a mesa ou mesmo para descobrir onde ela está. Os plugues para os fones ou os carregadores de celular ou laptop também estão à mão, e não escondidos como em algumas concorrentes. Sem ginástica para plugar seu celular.
Há diversos compartimentos para guardar a nécessaire de viagem e objetos pessoais, inclusive um com espelho. O segundo travesseiro e a segunda manta também fazem a diferença. Será que nenhuma companhia havia pensado nisso antes? Alguém dorme apenas com um travesseiro. Esse segundo é um coringa bem-vindo e super macio. Golaço da United. A segunda manta não usei, pois geralmente viajo com um casaco leve e a temperatura estava boa a bordo.
Outro diferencial é o lounge Polaris, que os passageiros rumo ao Brasil ou chegando do Brasil podem usar, se estiverem voando na classe executiva. Além de chuveiros, área de descanso com divã (com 45 minutos por pessoa, podendo estender se houver disponibilidade), bufê quente, bebidas à vontade, wi-fi veloz e muito espaço para se sentar para relaxar ou trabalhar, há também cabines privativas e um restaurante para uma refeição completa. Sem custos adicionais. Em Chicago e Los Angeles o atendimento foi primoroso e as salas não estavam muito cheias. Podia-se escolher onde sentar.
Em São Paulo, o serviço da sala da Star Alliance também melhorou muito, com mais opções de comida e com assentos para todos. Comer nas salas vips, especialmente no Polaris Lounge, que tem menu à la carte, é um ganho de tempo. Come-se em terra, sem pressa e a bordo podemos nos dedicar a trabalhar, ver filmes ou relaxar. Os bufês são trocados a cada momento do dia e pude ver os de café da manhã, almoço e jantar e estavam excelentes, em variedade e apresentação.
É bom não confundir os Polaris Lounges com os United Club. Esses últimos continuam existindo e são salas vips mais tradicionais, mas que também trocam bastante o bufê e oferecem até opções para viagem (como amendoins, castanhas, pretzel e jujubas de ursinho – sim enchi um saco para comer a bordo em DC). Se você ou seu cliente têm direito a usar o Polaris Lounge informe-se antes onde estão localizados. Estão um patamar acima dos United Club e valem qualquer esforço.
Usei a internet nos trechos internos e na volta para São Paulo. Funcionou muito bem, com apenas alguns travamentos sobre a Amazônia, o que já era esperado. A Imigração e Segurança em Washington e Los Angeles foi tranquila, sem filas. Em DC, fiquei na lista de espera para antecipar o voo e consegui embarcar na segunda tentativa. As bagagens seguiram no primeiro voo e quando desembarquei em Los Angeles estavam lá, em área reservada para malas que chegaram em voos anteriores aos do passageiro.
Também usei o aplicativo para mudar assentos e receber notificações do portão de embarque e todas as alterações foram avisadas com precisão.
O voo da volta de Chicago para São Paulo atrasou uma hora para decolar, devido à espera por passageiros em conexão. A explicação foi dada pelo comandante e pelo app. E o pouso em GRU atrasou apenas 20 minutos, pois os pilotos conseguiram compensar no voo. De Los Angeles para Chicago também houve atraso, por conta da manutenção de um pneu, mas a chegada foi no mesmo horário previsto.
As refeições internacionais, claro, estavam melhores que as dos trechos internos, mas a qualidade ainda assim é muito boa, com certo exagero na oferta de frango. Minha ida foi em maio e a volta em junho, mas a programação dos filmes, que é boa, manteve-se a mesma. Aproveitei para ver títulos recentes do cinema, como Guerra Fria, que concorreu ao Oscar de direção e fotografia, Ralph Quebra a Internet, da Disney, Widows, com Viola Davis, e ainda revi Nasce uma Estrela, com Lady Gaga e Bradley Cooper. E dormi bastante também rs.
Minha expectativa no voo de volta para São Paulo era receber a nécessaire da parceria da United com o novo filme do Homem Aranha, que ilustra vários banners e cartazes no aeroporto de Chicago e aparece no vídeo de segurança mostrado antes da decolagem. Mas acho que ainda não estavam distribuindo. Claro que já cobrei a Jacqueline Conrado, diretora Brasil da United, pois como Marvelnático, não posso deixar de ter essa pra coleção.
Em resumo, a United Polaris faz sim a diferença: nos detalhes, na poltrona funcional e moderna e no atendimento dos comissários. Errei ao não pegar os nomes de dois atendentes na sala de jantar em Los Angeles e Chicago. Merecem posições melhores. Tirei dois décimos da nota, que seria dez, pois o voo de ida ainda não foi 100% Polaris, pela expectativa não cumprida em relação ao Homem Aranha e pelos atrasos, que de certa forma foram compensados. Não me chamem de Boninho, mas com a Polaris com padrão tão alto temos de ser mais rigorosos também.
NOTA 9,8