Victor Fernandes   |   13/04/2022 13:25
Atualizada em 14/04/2022 13:57

EUA estendem obrigatoriedade de máscara em aviões até 3 de maio

Mandato federal, anunciado em janeiro de 2021, expiraria na segunda (18), mas foi estendido por 15 dias

Divulgação
O equipamento é obrigatório em aviões até o dia 3 de maio
O equipamento é obrigatório em aviões até o dia 3 de maio
Em meio a questionamentos sobre a continuidade da obrigatoriedade do uso de máscaras a bordo de aviões nos Estados Unidos, o mandato federal, anunciado em janeiro de 2021 e que expiraria na próxima segunda-feira (18), será estendido por 15 dias, indo até 3 de maio, devido a um aumento nos casos de covid-19 no país, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. As informações são do USA Today.

O novo coordenador de Resposta à Covid-19 da Casa Branca, Ashish Jha, havia dito à NBC News, na segunda-feira (11), que a diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, Rochelle Walensky, decidiria se a medida seria estendida ou não.

Agora, de acordo com um comunicado da porta-voz do CDC, Caitlin Shockey, "desde o início de abril, houve aumentos na média móvel de 7 dias de casos nos EUA. A ordem permanecerá em vigor neste momento".

A média móvel de sete dias para casos de coronavírus no país foi de quase 30,5 mil na segunda-feira, um aumento de 21% em relação à semana anterior. A declaração do CDC observa que a agência continua monitorando a disseminação da ômicron, “especialmente a subvariante BA.2, que agora representa mais de 85% dos casos nos EUA”.

Esta é a quinta extensão do mandato federal e ocorre apesar dos repetidos pedidos de companhias aéreas e outras autoridades do setor de viagens para abandoná-la, assim como outras restrições, incluindo um requisito de teste para viajantes que voam para o destino norte-americano.

Companhias aéreas, grupos de viagens e a Câmara de Comércio dos EUA, em uma carta a Jha divulgada no dia 11, reiteraram um apelo para encerrar o mandato da máscara. “A ciência apoia claramente o levantamento do mandato de máscaras, particularmente no contexto das recentes orientações do CDC, que descobriram que a esmagadora maioria da população dos EUA não precisa mais usar máscaras em ambientes fechados”, dizia a carta.

No mês passado, o Senado dos EUA votou por 57 a 40 para derrubar a ordem de saúde pública que exige máscaras em aviões e outras formas de transporte público, atraindo uma ameaça de veto do presidente Joe Biden.

Os requisitos de máscara resultaram em atrito significativo nos aviões dos Estados Unidos. A Administração Federal de Aviação (FAA) disse que, desde janeiro de 2021, houve um recorde de 7.060 incidentes de passageiros indisciplinados relatados – e 70% envolveram regras da utilização do equipamento de proteção.

AVIAÇÃO DIVIDIDA

As companhias aéreas começaram a exigir máscaras em 2020, meses antes do mandato do governo ser emitido dias após a posse de Biden. As máscaras e outras medidas, como o bloqueio dos assentos do meio, foram feitas para tranquilizar os passageiros de que voar era seguro.

Os sindicatos que representam os comissários de bordo já apoiaram a regra da máscara, mas agora são neutros. Autoridades dizem que seus membros estão divididos, o que pode explicar por que os dois maiores sindicatos de comissários de bordo dos EUA se recusaram a comentar o assunto nesta semana.

Executivos de dez companhias aéreas, incluindo American, Delta, United e Southwest, escreveram a Biden no mês passado, pedindo à Casa Branca que abandone a regra da máscara e uma exigência de que os viajantes internacionais testem negativo para covid-19 antes de voar para os EUA. "Medidas foram impostas e não fazem mais sentido no atual contexto de saúde pública", disseram os executivos.

A Airlines for America, um grupo comercial que representa essas grandes aéreas, e três outras organizações do setor fizeram um apelo semelhante a Jha na sexta-feira. Eles apontaram para orientações recentes do CDC, que descobriram que a maioria dos americanos não precisam mais usar máscaras em ambientes fechados porque as taxas de hospitalização em suas comunidades são relativamente baixas.

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