10 insights que mostram novos caminhos para a Abav
A força política depende da união dos agentes de viagens em torno da Abav
Presidentes das Abavs estaduais e diretores da Abav Nacional reuniram-se no Serhs Natal, na capital potiguar, para um primeiro encontro depois da eleição do final de 2021 e do relaxamento das restrições devido à pandemia. A presidente nacional da entidade, Magda Nassar, comandou os trabalhos, que contou com sua diretoria e um novo quadro de presidentes das Abavs. Os novos líderes formam uma mescla salutar entre veteranos do Turismo e novas lideranças, que trazem uma visão mais moderna para a entidade. E é exatamente isso do que a Abav precisa: modernizar-se, mas com os pés no chão, sabendo que é a representante da classe junto ao governo e à indústria de Viagens e Turismo, como vimos há pouco tempo nas negociações da pandemia. É a representante, mas precisa ter mais representatividade, aumentando o número de associados (hoje totalizando duas mil agências).
Há uma dicotomia na cabeça de muitos agentes de viagens hoje, que, não associados, sem saber como funciona e as entregas da Abav, veem a entidade como lenta e jurássica; por outro lado esses agentes sabem, e não há como ignorar, que as conquistas de MPs e ações junto ao governo, são frutos do trabalho da Abav. Sabe o reembolso do passageiro por causa da pandemia, que você pode pagar até o fim de 2023? Agradeça à Abav. Entre outras medidas.
A associação, pelo que se viu na reunião, quer se modernizar, quer estar mais próxima dos agentes localmente e esse papel é das Abavs estaduais.
Magda Nassar investiu, nos últimos anos, na profissionalização da entidade (por exemplo, promoveu, durante a reunião, Jerusa Hara a diretora executiva), devolveu a itinerância da Abav Expo (no ano passado ocorreu em Fortaleza e este ano será em Pernambuco, de 21 a 23 de setembro) e se aproximou dos presidentes, dando mais voz a todos eles. Conseguiu unir a entidade e ser praticamente unanimidade, mas a Abav precisa pensar em um projeto a longo prazo, e Magda sabe disso. Quando seu mandato terminar, em dezembro de 2023, é preciso que os novos líderes assumam e continuem esse legado. Nacional e regionalmente.
Confira esses 10 insights que retiramos da Reunião de Presidentes da Abav Nacional
1 – Magda Nassar devolveu à entidade a união, as entregas para os associados e para o setor (mesmo quem não é associado se beneficia das conquistas setoriais com o governo, por exemplo) e mostrou a relevância da entidade como representante dos agentes de viagens. Há dois grandes desafios: aumentar o número de associados e consolidar a itinerância da feira. Qual será o impacto, pós-pandemia, de não ter uma feira no principal mercado do País, São Paulo?
2 – Jerusa Hara, agora diretora executiva, é uma peça-chave na consolidação da feira itinerante e até na criação de novos eventos.
3 – A relação de transparência da Abav com fornecedores está em alto nível. Tanto Edu Bernardes, da Gol, quanto Magda Nassar confirmaram que a relação é transparente, com negociações, reclamações e problemas, mas também com avanços e conquistas. As agências de viagens respondem hoje por 50% da venda da Gol (mesmo índice apontado pela Latam em entrevista ao Portal PANROTAS).
4 – Os presidentes de Abavs estão atuantes e com boas ideias para levar mais associados à entidade e fortalecer a marca. No Ceará, haverá em junho um feirão em três cidades, com organização da Abav. Minas acabou de realizar seu evento e o Paraná organiza o seu. Há mais articulação das Abavs com os parlamentares de seus Estados. Também há uma busca de parcerias locais e sinergias entre os Estados e destinos.
5 – O Rio Grande do Norte, anfitrião do evento, vive um grande momento no Turismo, tendo à frente Aninha Costa, secretária, e Bruno Reis, presidente da Emprotur. Investimento em inteligência de mercado, com dados e estatísticas para guiar as decisões, investimento em promoção e organização e formatação de produtos e nichos são os grandes destaques. A Abav aproveita esses bons momentos de alguns destinos e tem fechado alianças e parcerias. O que é bom para ambos os lados, já que novos produtos e destinos mais competitivos são parte fundamental na prateleira dos agentes.
6 – De volta à itinerância, a Abav Expo este ano ocorre de de 21 a 23 de setembro, em Olinda e Recife, e segundo a presidente da entidade, Magda Nassar, a meta é voltar aos patamares pré-pandemia de visitação, com mais de 30 mil profissionais, dez mil em cada dia. Ainda de acordo com a presidente, 81% do espaço já está reservado e este ano serão ocupados 29 mil metros quadrados, em dois pisos. É grande a expectativa para o evento, que será o primeiro com restrições relaxadas e as cidades vivendo uma nova normalidade.
7 - O edital para a Abav Expo 2023 foi lançado e Magda Nassar disse que vencerá a melhor proposta para o evento, a entidade e os visitantes e expositores. “Não necessariamente é a de maior valor financeiro. O destino precisa ter estrutura, engajamento do trade local e apelo para a visitação dos participantes, entre outras demandas”, disse ela. No ano passado o evento foi em Fortaleza, e Rio, Salvador e Recife/Olinda disputaram a edição de 2022, vencida por Pernambuco. Uma volta ao Rio de Janeiro pode ser a opção mais estratégica para a feira em 2023... Mas não descartemos nada, nem continuar no Nordeste, nem um retorno pontual a São Paulo.
8 – A Abav tem muitas presidentes e diretoras mulheres, o que, para Magda Nassar, é motivo de muito orgulho. Ela sempre bateu na tecla da representatividade e da importância de ter mais mulheres (e minorias) à frente da entidade. Vale lembrar que Magda é a primeira mulher a comandar a Abav em mais de 60 anos. A presidente da Abav-RN, Michelle Pereira, foi a co-anfitriã do evento e também apresentou uma diretoria com muitas mulheres.
9 – Dois desafios na esfera política são o já lendário IRRF sobre remessas ao Exterior (a diminuição para as agências foi vetada pelo Ministério da Economia, mas a negociação continua) e a questão da responsabilidade solidária, que tem projeto costurado pela Abav tramitando no Congresso. São desafios grandes que vão cacifar a força política da Abav e do Turismo. Ou fazer com que se invista mais ainda no lobby em Brasília. E essa força política passa por uma união ainda maior dos agentes de viagens em torno da Abav.
10 – Por fim, com o setor já caminhando para o fim da pandemia (esperamos), a Abav precisa destravar seu estatuto para poder se modernizar e atender aos anseios dos associados e até das vozes não associadas que ainda relutam a se tornar abavianas. Começar do zero? Não. Mas olhar para a frente e não para como era a entidade ou o Turismo há 30 anos. Esse tempo não existe mais.
Leia a cobertura completa da reunião na REVISTA PANROTAS: